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    Diplomacia económica capitaliza investidores estrangeiros

    Angola tem melhorado, nos últimos cinco anos, a sua imagem junto das organizações e dos parceiros internacionais, devido, essencialmente, à acutilante diplomacia económica do Executivo.

    Ao longo desse período, marcado por reformas profundas, sobretudo no domínio económico, o país conquistou visíveis ganhos a nível da diplomático.

    Na verdade, a diplomacia económica, marca do actual Executivo, está a colocar Angola na rota das grandes companhias mundiais e a ajudá-la a captar mais investidores.

    Com esses ganhos, o Estado angolano tem conseguido parcerias para a execução e concretização de vários projectos estratégicos.

    Fruto da acção do Executivo, Angola obteve financiamentos globais de 11,2 mil milhões de dólares e mais 579 milhões de euros, para vários projectos internos.

    Só em África, por exemplo, a diplomacia angolana ajudou a liberalizar um crédito do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), avaliado em 110 milhões de dólares. O montante foi disponibilizado para o fomento da agricultura, estando a ser utilizado, neste momento, na província de Cabinda.

    Para além dos financiamentos, da acção diplomática resultou o retorno da multinacional sul-africana De Beers, que tinha deixado o país, assim como de investimentos americanos no sector das energias limpas e das telecomunicações.

    É prova disso a implantação da operadora de telefonia Africel, que se tornou na segunda maior do país, ultrapassando, segundo dados disponíveis, a Movicel, em termos de clientes.

    A acção da diplomacia económica de Angola, no domínio das energias limpas, resultou, igualmente, na implementação do megaprojecto de sete centrais solares, sendo duas em Benguela (Biópio e Baía Farta), em funcionamento desde 2022.

    As outras estão nas localidades do Cuito (Bié), Luena (Moxico), Bailundo (Huambo) e Saurimo (Lunda-Sul), num investimento de mais de 500 milhões de euros.

    Para estes feitos, Angola tem contado com o financiamento do consórcio que reúne a empresa norte-americana Sun Africa LCC e a construtora portuguesa MCA (M.Couto Alves, S.A.).

    Desde Julho de 2022, o país entrou na lista dos produtores de energia solar em África, com o início da operação das duas primeiras centrais fotovoltaicas de 285 megawatts (MW), na província de Benguela.

    Com uma potência total instalada prevista de 188,8 megawatts de energia eléctrica, o suficiente para abastecer mais de um milhão de pessoas, a central fotovoltaica da comuna do Biópio, município da Catumbela, é o maior projecto de energia solar em Angola, totalizando 509 mil e 40 painéis solares.

    A segunda central de energia solar, com 96 megawatts de potência, beneficia meio milhão de consumidores e está nos arredores da vila municipal da Baía Farta, numa área de 186 hectares. Tem 261 mil e 360 módulos solares.

    A propósito dos resultados da diplomacia económica, o analista político Matias Pires destacou os feitos do Executivo liderado, desde 2017, pelo Presidente João Lourenço.

    Para o especialista, que falava à ANGOP sobre esta temática, Angola vem obtendo prestígio no domínio da diplomacia económica, apesar de ser um processo que requer paciência, tendo em conta os indicadores de partida encontrados pelo Chefe de Estado, em 2017

    Lembrou que João Lourenço chegou ao poder numa altura em que o país vivia uma recessão económica profunda, desde 2014, agravada pela queda abrupta do preço do petróleo no mercado internacional e pelo surgimento, em 2020, da Covid-19.

    Matias Pires referiu que o país acabou por sentir os mesmos efeitos, mas conseguiu capitalizar o investimento estrangeiro da Península Ibérica, dos Estados Unidos e da Arábia Saudita, este último que, no passado, não fazia parte da matriz do ponto de vista da cooperação económica angolana.

    “Mas, também, podemos evoluir um pouco para o centro e olhar para a Turquia, que procura intensificar a cooperação com Angola. Tivemos a visita do Presidente Erdogan ao país, com ligações aéreas da Turquia Erlines”, disse, antes de aquele pais ter sido abalado por um terramoto, cujas consequências são bastante desoladoras.

    Apontou ainda o acordo de financiamento ampliado com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que permitiu a reestruturação da economia, e a redução das restrições dos bancos correspondentes para o acesso às divisas.

    Na sua óptica, a falta de restrições de divisas melhorou o ambiente de negócios, porquanto permite que os investidores estrangeiros exportem os seus dividendos em divisas.

    “O importante é olhar para o facto de se ter tomado uma série de medidas internas, com vista à melhoria do ambiente de negócios, quer através da facilitação de vistos, quer com a sua isenção em determinados Estados, como a África do Sul”, sublinhou.

    O processo ‘Simplifica’, que visa desburocratizar os procedimentos, a revisão da Lei sobre Investimento Privado, a luta contra a corrupção e o fim dos monopólios para estimular a livre e sã concorrência têm contribuído para a melhoria contínua da imagem de Angola no exterior.

    Angola aderiu, também, à iniciativa da transparência nas indústrias extractivas, que permite às instituições internacionais vocacionadas para esses domínios fiscalizarem os pagamentos de impostos a nível dos contratos de exploração petrolífera e outros, garantindo, assim, transparência no sector vital da economia.

    Por Francisca Augusto

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    FonteANGOP

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