A deficiente distribuição de água potável aos bairros periféricos da cidade de Ndalatando, província do Cuanza-Norte está a preocupar os seus habitantes que auguram ver alargado esse serviço, visando a atenuar a actual carência do líquido nessas áreas.
Numa ronda efectuada pela à Angop, em Ndalatando, a propósito do 22 de Março, Dia Mundial da Água, assinalado quinta-feira, vários cidadãos manifestaram-se preocupados com a fraca capacidade do sistema local de fornecimento de água às populações.
Maria Ricardo Banvo, residente no bairro Miradouro, disse que a sua circunscrição não beneficia do fornecimento de água, devido a inexistência de fontenários, apesar de existir na zona, um reservatório que abastece a cidade de Ndalatando.
Por este facto, disse, os moradores são obrigados a deslocarem-se a outros bairros, onde pagam, em casas particulares, ao preço de 20 kwanzas por cada 20 litros de água, sitação que considerou de grave.
Já Domingas Manuel adianta que é lastimável ver os cidadãos de baixo a cima carregando bidons às mãos, em carros e motorizadas a procura desse liquido para o consumo.
Outra moradora, Linda Filipe, moradora do mesmo bairro e proprietária de uma cacimba refere que tem feito contrato com muitas famílias para o fornecimento diário de água para cozinhar, lavar a roupa, louça e outras tarefas domésticas, mediante uma contribuição mensal de 500 kwanzas.
A cidade de Ndalatando conta com um sistema de captção e distribuição de água, instalado no rio Mucari, inaugurado em 2011, com a capacidade para bombear 50 litros de água/segundo, um reservatório de cinco mil metros cúbicos construído no bairro Miraduro.
O mesmo compreende ainda uma rede de distribuição com 45 quilómetros de extensão e mais de mil ligações domiciliares no casco urbano, mais de 100 chafarizes instalados na periferia da cidade, na sua maioria inoperantes devido a fraca capacidade do sistema.
As dificuldades registadas no fornecimento de água à Ndalatando prendem-se, de acordo com o governo provincial, com o baixo caudal do rio Mucari, a 15 quilómetros da cidade, onde está instalada a captação do referido líquido, insuficiente para dar resposta às necessidades de consumo da população da urbe, estimada em 168 mil 832 habitantes.
Face a essas dificuldades, o Governo da província prevê a construção de uma nova central de captação de água para a cidade de Ndalatando, a partir do rio Lucala, no município com o mesmo nome, a 34 quilómetros da sede. (Angop)