Diversificar a exploração dos recursos minerais nacionais surge como a aposta sendo que está prevista a produção de 8,1 por cento do potencial internacional numa medida favorecida pela existência de mais de 700 canais de kimberlito.
A adopção do novo Código Mineiro pode contribuir para um maior interesse por parte dos investidores internacionais com vista a estabelecer concessões no país, revela um estudo do Instituto do Fomento Empresarial (IFE), dedicado à competitividade.
Angola representará 8,1 por cento do valor da produção mundial já que o sector de Geologia e Minas baseia-se totalmente na indústria diamantífera, e por ser o quinto maior produtor de diamantes a nível mundial.
Dados recentes do relatório do IFE, explicam que o sector de Geologia e Minas no país tem registado números consideráveis de investidores estrangeiros.
De acordo com o estudo, o novo diploma legal do código mineiro confere um conjunto de vantagens aos investidores internacionais na junção dos contratos de exploração e produção, no aumento da transparência , na promoção de incentivos fiscais, e na redução da participação mínima das entidades.
Face às estratégias adoptadas pelo Executivo Angolano, prevê-se o aproveitamento do potencial no desenvolvimento do sector com os incentivos criados para o investimento a longo prazo ( 15 e 20 anos) do sector mineiro, alcançando assim o mesmo nível de desenvolvimento que se regista no sector petrolífero.
Reservas
Em 2011, a produção de diamantes no país cifrou-se em cerca de 8,3 milhões de quilates( mais de 36, 1 por cento referentes ao ano de 2004), o que correspondem a 1.163 milhões de dólares.
Existem neste momento mais de 700 canais de kimberlito dos quais apenas alguns estão economicamente autorizados.
As reservas a nível do kimberlito ( rocha vulcânica) e de aluvião, depósitos em leitos sedimentares ou fluviais, estão estimadas em 180 a 200 milhões de quilates. Estima-se também que apenas 40 a 50 por cento é a produção de diamantes no país.
Comercialização
A empresa Endiama é a concessionária de direitos mineiros no domínio dos diamantes, sendo esta a responsável pelo estabelecimento de parcerias com empresas nacionais e estrangeiras na área de prospecção e em todos os empreendimentos diamantíferos do país.
Por sua vez, a Sodiam é a empresa oficial, para a comercialização e venda de diamantes, sendo a entidade responsável por receber e avaliar os diamantes antes da sua exportação.
Segundo o documento, está em curso no âmbito do Plano Nacional de Geologia e Minas (PLANAGEO) um levantamento geológico para novas descobertas de potenciais reservas minerais pela empresa Endiama e a russa Alrosa.
Com o efeito, está em curso a transformação e produção de aço, com a criação de uma siderurgia, isto para a área do ferro e manganês.
Este projecto será levado a cabo por uma parceria entre a Ferrangol ( empresa pública de mineração de ferro e manganês) e entidades privadas através da sociedade Angola Exploration Mining Resources( AEMR).
O mesmo projecto assenta na exploração de ferro em Cassinga e Kassala Kitungo e vai contribuir para o desenvolvimento das províncias de Huíla, Namibe e Cunene.
A procura de diamantes no mercado internacional vai duplicar até o ano de 2020, devido a recuperação da economia norte–americana e o grande interesse na procura de diamantes por parte de alguns países emergentes como a China e a Índia.
Kassala Kitungo
O projecto de Kassala Kitungo possui reservas provadas em 300 milhões de toneladas de ferro e cinco milhões de manganês.
De acordo com um estudo realizado pela Ferrangol, estima-se que Angola poderia produzir cerca de dois milhões de toneladas de mineiro de ferro por ano.
Fosfato
Nas províncias de Cabinda e Zaire estão estimadas as reservas de fosfatos que ascendem a 200 e 300 milhões de toneladas, estando prevista a construção de complexos industriais para o tratamento de fosfatos e portos mineiros para o seu transporte.
Esta também prevista na província do Zaire a construção de um porto com terminal para o transporte de mineiro, e as reservas avaliadas em 300 milhões de toneladas de cobre.
Recentemente o Ministério da Geologia e Minas realizou, em Luanda, um workshop para analisar os aspectos ligados às áreas de investimentos, rochas ornamentais, e outros minerais como , diamantes, tecnologias de informação, protecção ambiental, fosfatos e capital humano, e outros para a construção civil.
A nível do capital humano do sector será inventariado o quadro de geo-cientistas angolanos de forma a se assegurar o suporte humano para gerir, tratar, armazenar e disponibilizar os dados que serão produzidos pelo levantamento geológico de todo o país e para que a desejada diversificação da actividade mineira se alicerce no conhecimento científico e técnicos adequados.
Para o sector dos diamantes há necessidade de se conceber um conjunto de acções com vista a fortalecer e alargar a produção, transformação e comercialização dos diamantes brutos e lapidados, para garantir, entre outras, as premissas necessárias para o crescimento. YOLA DO CARMO (Jornal de Economia & Finanças)