O presidente da CASA-CE mostrou-se, ontem, no Huambo, apreensivo com a proposta de Revisão da Constituição da República, alegando que pode tratar de “um bolo envenenado” à vida social e política no país, caso as alterações a serem introduzidas não sejam bem estudadas.
Manuel Fernandes, que discursava na abertura do ano político da CASA-CE, aconselhou “ponderação à volta do assunto” e “não se entre em emoções”.
O líder da segunda maior força política da oposição exortou os intervenientes na elaboração de leis a fazerem-no, pensando nas populações. “O direito não é uma ciência de lógica, mas arte correcta. Ainda assim, em alguns casos, muitos ‘chicos-espertos’ se aproveitam”, afirmou.
A CASA-CE, disse, compromete-se a participar no processo de revisão da Constituição, com juristas da coligação. A ideia é acompanhar e contribuir com subsídios, para serem obtidos “resultados favoráveis aos cidadãos”, na lógica de que “a Constituição é Lei-Mãe que conduz um determinado país”.
Manuel Fernandes adiantou que durante a discussão com vista à revisão da Constituição, a CASA-CE vai bater-se para a eleição do Presidente da República ser feita separada da dos deputados à Assembleia Nacional.
No primeiro acto público como presidente da CASA-CE, Manuel Fernandes defendeu que as próximas eleições gerais devem testar a capacidade de mobilização dos membros da coligação. Para ele, as eleições de 2022 devem servir para mostrar aos cépticos que “a CASA-CE tem rumo no xadrez político angolano”. “Não nos vamos cansar de lutar para melhorar as condições de vida do povo”, prometeu.
Mobilização de mais membros, formação política dos antigos e novos militantes, concertação permanente com outras formações políticas, fortalecer a democracia e fiscalizar as actividades do Parlamento e do Executivo são, segundo o político, algumas acções eleitas pela CASA-CE para este ano.