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    Carlos Burity: 1952 – 2020: “Porque foste embora assim?”

    É momento dos amantes da música angolana celebrarem a vida e obra de Carlos Burity, que partiu para a eternidade na passada quarta-feira(12/08). Sucessos como “Canção Nostálgica”, “Ondjala yeya”, “Minga”, “Mukajiami”, “Tonacaxi”, “Lamento de um contratado”, “Kanjila”, “Nzumbi dya Papá”, “Monami ya jienda”, “Ilha de Luanda”, “Tia Joaquina”, “Lolito”, “Maria da Bicha”, “Jingonça” e “Malalanza”estarão a encher, por estes dias, certamente, os ouvidos e a mente dos amantes da música angolana.

    Recomendamos uma visita à plataforma online Youtube, no canal da Nova Energia, onde está disponível o Show do Mês protagonizado por Carlos Burity. Esta semana, a TPA emitiu o concerto Duetos N’Avenida em que Gersy Pegado e Patrícia Faria partilharam o palco com Carlos Burity, ao passo que a TV Zimbo recuperou a homenagem feita ao artista numa edição do Show da Zimbo.

    Funeral de Carlos Burity no Cemitério de Santana em Luanda (Foto: Edições Novembro)

    A 1 de Março último, Carlos Burity abrilhantou o Palco do Semba, no jango da União dos Escritores Angolanos. O músico teve então o suporte instrumental da Banda Maravilha, tendo cantado vários dos seus sucessos.

    Neste espectáculo foi notória a cumplicidade que o artista tinha com a Banda Maravilha: F.A. e Isaú Baptista, respectivamente percussionista e guitarrista, foram alternando na interpretação com Carlos Burity, cantando algumas músicas do rico reportório do sembista. Moreira Filho, com o seu baixo, manteve a marcação do Semba, ao passo que Marito, na bateria, segurava o andamento. Os desenhos harmónicos estiveram a cargo de Miqueias Ramiro, nos teclados. Nos coros estiveram Beth Tavira e Lito Graça, este também na dikanza.

    Na ocasião, Burity foi homenageado, pela produção do Palco do Semba, com um certificado de reconhecimento pelo contributo em prol da música e da cultura angolana. “Carlos Burity é um artista transversal e dos mais conceituados intérpretes do Semba, com sucessos que transcendem gerações e uma obra que não deixa indiferentes os amantes da nossa música”, enfatizou a organização.

    Senhor do Semba Carlos Burity partilhou o palco da Casa 70 com Patrícia Faria e Gersy Pegado, no dia 14 de Dezembro de 2019, em mais uma edição do Duetos N’Avenida.

    Naquela noite, Carlos Burity recebeu um tributo da UNAC-SA e da produção do concerto. Foi enaltecida a importância do cantor e a consistência da sua obra musical.

    O Senhor do Semba, como Carlos Burity era tratado pelas cantoras Gersy Pegado e Patrícia Faria, brindou a plateia com o tema “Ilha de Luanda” e relembrou a sua fase de cantor de intervenção com “Liberdade África”.

    Carlos Burity, Gersy Pegado e Patrícia Faria agitaram a audiência quando cantaram “Jingonça”, “Ondjala yeya”, “Minga”, “Mukajiami”, “Tonacaxi” e outras canções bem ritmadas. Os “toques” de Burity massembaram as senhoras. As baladas também estiveram em alta: “Nzumbi dya Papá”, “Lamento do contratado”, “Monami ya jienda”…

    Na sua derradeira passagem pelo Muzonguê da Tradição, no Centro Recreativo e Cultural Kilamba, no dia 28 de Julho de 2019, Carlos Burity brilhou na companhia de Samangwana, Augusto Chacaya e Suzanito.

    Naquela tarde, Carlos Burity contou não só com a plateia habitual do Kilamba: uma delegação de europeus apreciadores de Kizomba e Semba assistiram ao concerto e ambientaram-se de tal modo que “invadiram” a pista de dança.

    Foi um Carlos Burity alegre e com muita vivacidade que surpreendeu a plateia com a interpretação, num primeiro momento, de temas da sua época da canção revolucionaria. Foi assim que “Caminhar África”, “Liberdade de África” e “Inveja” transportaram os entusiastas mais-velhos para os primeiros anos da República Popular de Angola.

    Para uma outra geração, Burity “acenou” com “Tia Joaquina” e os sucessos que ergueram o Semba para um patamar mais alto. “Malalanza”, que nos últimos anos passou a ser o tema de fecho dos seus concertos, lançou, no bom sentido, a “confusão” no recinto do Kilamba.

    Foi bom de ver o artista sexagenário a fazer esquecer a idade e a entrar numa forte interacção com o público. É preciso dizer que estávamos, ainda, no “bom tempo”, sem Covid-19 e sem proibição dos abraços e de outros gestos de afecto que muito nos humanizam.

    Carlos Burity, que venceu o Prémio Nacional de Cultura e Artes em 2009, foi dos mais conceituados intérpretes do Semba, com sucessos que atravessam gerações e discos com grande impacto na nossa cena musical. Em vida, foi reconhecido como um dos artistas mais produtivos da sua geração.

     

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