Segundo a polícia, uma das vítimas é um empresário José Andrade, conhecido localmente por “Zé Es Terra”, 40 anos, natural da ilha do Fogo, proprietário de uma das maiores frotas de táxi de Cidade da Praia, da discoteca Cristal, no bairro do Palmarejo, e de um minimercado na Achada de Santo António.
A imprensa local, que apresenta várias versões, coincide em que os homicídios ocorreram cerca das 04:00 locais (05:00 em Lisboa), quando as duas vítimas mortais se encontravam diante do bar “Flame Out”, na Achada de Santo António, e surgiram três homens encapuçados que terão disparado cerca de dezena e meia de tiros.
Oito deles atingiram mortalmente José Andrade, referenciado pela imprensa local como tendo ligações ao tráfico de droga, e outros não quantificados provocaram a morte a Dámecles “Décio” Monteiro, 36 anos, que, aparentemente, nada tinha a ver com o caso, uma vez que estaria a falar com outras pessoas à porta do bar.
Os tiros provocaram, também um ferido grave, conhecido por “Janito”, que já esteve preso por homicídio, e que terá levado um tiro de raspão na cabeça, encontrando-se internado no Hospital Agostinho Neto, na Cidade da Praia.
José Andrade, proprietário do único Ferrari que circula em Cabo Verde, foi o empresário que trouxe a Cabo Verde o conhecido “rapper” senegalês Akon e pretendia ainda trazer para os cantores norte-americanos Chris Brown e Rihanna no segundo semestre de 2014.
A imprensa cabo-verdiana adianta que há suspeitas de que o crime seja um “ajuste de contas” relacionado com tráfico de droga.
A Polícia Judiciária (PJ) cabo-verdiana está já a investigar o crime, cuja tipologia não é inédita.
A 28 de janeiro de 2012, o empresário cabo-verdiano João da Rosa, conhecido também por “Djon Boka Pato”, foi assassinado à porta da sua residência, na cidade de São Filipe, na ilha do Fogo, vítima de cinco tiros.
Em 2008, outro empresário cabo-verdiano foi baleado com 13 tiros numa bomba de gasolina na Achada de São Filipe, também na Cidade da Praia.
Os últimos dados sobre a criminalidade em Cabo Verde, relativos a 2012 e divulgados pela polícia cabo-verdiana em março deste ano, indicam que o respetivo índice aumentou 10,3% em relação a 2011, tendo sido reportados 24.444 casos, mais 2.292 do que no ano anterior.
Em termos absolutos, a Cidade da Praia é o município que registou, nesse período, a maior taxa de criminalidade, tendo sido reportados 8.108 casos em 2012, contra os 7.404 registados em 2011.
Os dados sobre a evolução da criminalidade de 1996 a 2012 apontam para um aumento na ordem dos 86%, o que permite estabelecer uma média anual de 5,4%. (dn.pt)
Por Lusa
