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    As reações dos partidos portugueses à morte de José Eduardo dos Santos

    Chega e Bloco de Esquerda unidos nas críticas ao passado de José Eduardo dos Santos aos comandos de Angola. PCP e PSD destacam o papel do ex-Presidente angolano na independência do país.

    Depois de vários dias internado nos cuidados intensivos, José Eduardo dos Santos morreu, esta sexta-feira, aos 79 anos. Governou Angola entre 1979 e 2017, tendo sido um dos Presidentes a ocupar por mais tempo o poder no mundo e era regularmente acusado por organizações internacionais de corrupção e nepotismo.

    Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o actual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.

    E os partidos com assento parlamentar em Portugal, como recordam o ex-chefe de Estado angolano?

    Centro médico Teknon em Barcelona onde o ex-presidente angolano José Eduardo dos Santos faleceu a 8 de Julho de 2022.
    (DR)

    PCP recorda homem que venceu “sobre domínio colonial português”
    O PCP “transmite ao Movimento Popular para a Libertação de Angola [MPLA] e ao povo angolano as sentidas condolências” pela morte de José Eduardo dos Santos. Os comunistas recordam Eduardo dos Santos como um homem “que conduziu o povo angolano à vitória sobre o domínio colonial português” enquanto presidente do MPLA e que depois de ser eleito Presidente da República travou “duríssimos combates, com dificuldades e complexidades”, pela defesa e consolidação da independência do país, e “contra a agressão imperialista e racista”.

    “Recordando a contribuição de José Eduardo dos Santos para o desenvolvimento das tradicionais relações de amizade e solidariedade entre o PCP e o MPLA, assim como para as relações entre o povo português e o povo angolano, o PCP reitera ao MPLA o seu sentido pesar e a sua solidariedade”, lê-se no comunicado.

    Pedro Filipe Soares disse que José Eduardo dos Santos “esteve à frente de um regime autocrático, cleptocrático, responsável pelo assassinato de centenas de pessoas”.
    (DR)

    BE: “O líder que governou em função dos seus interesses”
    Coube ao líder parlamentar do Bloco de Esquerda comentar a morte do ex-presidente angolano. Começando por destacar que “foi líder de um país que governou em função dos seus interesses, dos interesses da sua família, e de uma pequena elite contra todo um povo”, Pedro Filipe Soares disse que José Eduardo dos Santos “esteve à frente de um regime autocrático, cleptocrático, responsável pelo assassinato de centenas de pessoas”.

    “Portanto, do nosso ponto de vista não podemos neste momento, que também ficará também marcado para a história, não podemos deixar que ele servir para limpar uma história que é manchada por esta triste realidade”, concluiu.

    André Ventura criticou, no entanto, o ex-Presidente da República de Angola, considerando que “que usou o poder do Estado angolano para se prolongar e perpetuar no poder, às vezes com recurso a violência, à morte e à intimidação”.
    (DR)

    Chega: “Não podemos esquecer o ditador”
    Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o líder do Chega apresentou os seus “sentimentos à família de José Eduardo dos Santos e também ao povo angolano”.

    André Ventura criticou, no entanto, o ex-Presidente da República de Angola, considerando que “que usou o poder do Estado angolano para se prolongar e perpetuar no poder, às vezes com recurso a violência, à morte e à intimidação”.

    “Reconhecendo a dor familiar e a dor de muitos cidadãos angolanos, hoje também não podemos esquecer o ditador, o homem que apesar das promessas de democratização, verdadeiramente nunca o conseguiu concretizar”, salientou.

    PSD destaca papel na “consolidação da independência”
    Num curto comunicado enviado às redações, o PSD “envia à família, ao Povo e ao Estado Angolano, as condolências pelo falecimento do ex-presidente José Eduardo dos Santos” e, “nesta hora de luto”, evoca o “papel na consolidação da independência e na construção dos alicerces da paz e da unidade nacional”.

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