“Lelu Kizua”, expressão em língua nacional kimbundo que em português significa (Hoje é dia), é o título da segunda exposição conjunta dos artistas angolanos Lino Damião e Nelo Teixeira inaugurada hoje, no Espaço Espelho d’Água, em Lisboa.
A exposição colectiva, que fica patente até 11 de Julho próximo, tem como mote um diálogo de criações artísticas entre os dois autores que se encontravam ambos em Portugal no início da pandemia em 2020.
Num momento em que a história do Planeta colocou em questão tantos aspectos que considerávamos como garantidos, os artistas encontram nesta encruzilhada, a inspiração para reflectir sobre essas mudanças, sobre os desafios e a coragem para encontrar formas de enfrentar as alterações e ultrapassar os obstáculos.
O título da exposição “Lelu Kizua” pode ser interpretado, numa tradução livre da língua kimbundu, como uma referência à actualidade, aos dias de hoje, mas sem esquecer as histórias e as estórias recentes que ambos os artistas viveram.
Esta relação com o presente não é estribada numa nostalgia do passado, mas numa certa melancolia que se pressente por entre as diversas formas, figuras e personagens que as composições pictóricas e tridimensionais convocam.
Esta exposição faz parte de uma programação mais alargada, denominada Vento Sul, desenvolvida pela associação the Cera Project com o Espaço Espelho D’Água e tem o apoio da DGArtes.
Lino Damião nasceu em 1977. Encorajado pelo pai, começou a pintar e recebeu o seu primeiro “Prémio de Pintura” na União Nacional de Artistas Plásticos em 1989. Participou em várias exposições individuais e colectivas no país e no estrangeiro.
Nelo Teixeira nasceu em Mbanza Kongo em 1975. Da sua família, herdou a arte de esculpir e criar máscaras. Estudou pintura e escultura em seminários da União Nacional dos Artistas Plásticos.