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    Angola entrega a portugueses primeira rede nacional de frio para transporte de alimentos frescos

    Será a primeira rede nacional de frio em Angola: 38 milhões de euros para transportar alimentos frescos e congelados pelo território, através da criação de vários pontos de armazenamento. O projeto, considerado estratégico pelo governo de Luanda, pretende resolver um problema crónico: sem pontos de refrigeração, as distâncias e o calor tornam muito difícil o abastecimento e distribuição. O projeto tinha sido entregue à empresa portuguesa “HIPOGESTE” do empresário Hipólito Pires, mas só agora, com as verbas já autorizadas pelo governo de Luanda, vai avançar.

    Na área da distribuição está também a Teixeira Duarte, com a sua rede de supermercados, e a Sonae, que continua a preparar o seu projeto para o primeiro hipermercado do grupo na capital. O sinal de que a rede de frio vai avançar foi dado pelo ministro e número 2 do governo angolano, Manuel Vicente, ao ministro português da Economia. “O projeto vai avançar e juntar-se aos outros investimentos portugueses em Angola”, garantiu Santos Pereira.
    Antes tinha visitado a Filtubos, uma empresa portuguesa de produção de tubos que tem uma história particular. Há nove anos, Lurdes Silva emigrou para Angola. Viveu numa pensão, abriu uma fábrica na zona de Viana, começou a produzir tubos para canalizações, proteções para cabos e fibra ótica. Hoje, os 30 milhões que faz em Angola já são quase 50% do capital do grupo que nasceu perto de Santa Maria da Feira. Os problemas são poucos: “Sobretudo os chineses e a concorrência que fazem produtos de baixa qualidade”, continua.
    A Filtubos está no novo Parlamento de Angola e na reabilitação da baía de Luanda, que será inaugurada dia 15. O projeto, construído pelo consórcio Mota-Engil e Soares da Costa, reabilitou a zona litoral de Luanda, limpando também as águas da baía. Além das áreas de lazer, o projeto inclui duas zonas de habitação, que pagarão o investimento realizado desde 2009, quando o projeto arrancou, com um orçamento de 200 milhões de dólares. Segundo os promotores, o preço por m2 nesta área pode atingir os 10 mil dólares, cerca de 8500 euros por m2. Este ano, e segundo as últimas previsões feitas em maio pelo FMI, o PIB angolano irá crescer 9,7%, registando uma inflação de 11,1%.
    Angolanos atentos às renováveis em Portugal
    Dois ministros angolanos, o mesmo tema: renováveis. Luanda está interessada na tecnologia portuguesa e o assunto foi discutido ao mais alto nível. Manuel Vicente e Abraão Gurgel, ministro da Economia, discutiram o tema na quinta feira com Álvaro Santos Pereira, em reuniões separadas. “As renováveis são uma área que nos interessa”, admitiu Abraão Gurgel, juntamente com a “banca e outras reservas em áreas financeiras”.
    Nas renováveis, o primeiro passo já foi dado: caberá a uma empresa portuguesa – a Gesto Energia – fazer o primeiro mapa geológico de Angola, a primeira etapa neste processo. As renováveis fazem parte da estratégia angolana para levar energia barata às províncias mais pobres.
    Com uma economia muito dependente dos combustíveis fósseis, Luanda também está interessada em diversificar o seu mix energético, mesmo mantendo o foco no petróleo. Recentemente, Manuel Vicente, que foi presidente da Sonangol durante 12 anos, assumiu ao Financial Times (FT) que um dos objetivos do governo passa por multiplicar por cinco a produção de barris, elevando–a para 500 mil barris/dia. Com explorações em cuba e no Iraque, entre outros países, a Sonangol adquiriu, em 2009, a brasileira Stalefish. “A estratégia é olhar para fora. Os ativos não podem estar todos cá dentro”, garantiu Manuel Vicente.

    FONTE: Dinheiro Vivo

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