Angola continua a reconhecer o Protocolo de Quioto, que expira em 2012, como “o único instrumento justo e equilibrado” que permite manter a mobilização da comunidade internacional nos esforços para reduzir as alterações climáticas, garantiu em Durban a ministra do Ambiente, Fátima Jardim.
A ministra do Ambiente, que discursava na Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, considerou “imprescindível” a transição do Protocolo de Quioto, cuja aplicação termina no próximo ano. O protocolo prevê a redução dos gases com efeito estufa no planeta.
Fátima Jardim pediu mais unidade de todos os países para garantir melhores condições de vida das gerações vindouras.
A ministra do Ambiente considera que as discussões em torno da mitigação das alterações climáticas, integração de políticas sectoriais adequadas, programas e projectos de investimento devem alcançar mais resultados na conferência, que termina hoje
Fátima Jardim afirmou que Angola sofre há cinco anos de chuvas torrenciais e catástrofes naturais que já causaram a morte de mais de 387 pessoas no país.
As consequências socioeconómicas e a reparação dos danos, disse a ministra do Ambiente, representam três por cento do Produto Interno Bruto (PIB).
A ministra do Ambiente, Fátima Jardim afirmou no seu discurso que 20 mil famílias no país ficaram sem abrigo e as inundações destruíram várias infra-estruturas sociais e milhões de hectares de colheitas nas zonas agrícolas. A ministra Fátima jardim garantiu que o país tem projectos ambientais identificados para a produção de crédito de carbono.
Estes investimentos vão garantir a produção de créditos de carbono em barragens hidroeléctricas em construção e de produção de gás natural liquefeito.
Fátima Jardim informou que o projecto de produção de créditos de carbono no país foi lançado no âmbito da execução da Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas até 2020.
A perspectiva de Angola é, ao nível do continente africano, ser o terceiro país produtor de créditos de carbono, depois da Nigéria, em primeiro lugar, e África do Sul, em segundo. Fátima Jardim anunciou igualmente a entrada em funcionamento do parque eólico no Tômbwa, província do Namibe.
Parcerias ambientais
O Executivo, disse, continua a trabalhar para o estabelecimento de parcerias no domínio do Ambiente. E defendeu que os parceiros devem dar oportunidades para a execução de projectos relacionados com o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), assim como projectos que permitam a redução de emissões. Os projectos de criação de zonas da biosfera, de protecção das áreas de conservação da biodiversidade e do apoio ao desenvolvimento das comunidades vulneráveis podem apoiar iniciativas transfronteiriças de protecção e preservação ambiental, particularmente da floresta do Mayombe.
Fundo Verde
Em relação ao lançamento do “Fundo Verde Climático”, que deve ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar o impacto devastador do aquecimento do planeta, a ministra do Ambiente, Fátima Jardim, considerou-o oportuno.
A ministra do Ambiente, Fátima Jardim, considerou que as alterações climáticas são um dos maiores desafios para os países em desenvolvimento, por colocarem um impasse à sustentabilidade do planeta e ao bem-estar da população.
Defendeu ainda a adequação dos desafios climáticos à troca de experiências e transferência de tecnologias entre os países.
A conferência decorre desde terça-feira no Centro Internacional de Conferências de Durban e encerra hoje, com a aprovação de vários documentos sobre o ambiente.
A delegação angolana à Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP17), que decorre na cidade de Durban, África do Sul, é chefiada pela ministra Fátima Jardim e integra o representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, o embaixador Ismael Martins, e técnicos do Ministério do Ambiente ligado à comissão nacional contra as alterações climáticas.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: Jornal de Angola