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    Analistas angolanos dizem que escândalo na Presidência ‘belisca’ imagem de João Lourenço

    Em ano pré-eleitoral, apontam perdão pelo 27 de Maio de 1977 e campanha contra líder da oposição são tentativas de recuperar terreno

    Fazedores de opinião em Angola consideram que o escândalo milionário envolvendo um oficial superior da Presidência da República está a deixar beliscada a imagem de João Lourenço.

    O mais recente capítulo do caso do major Paulo Lussaty, da Casa de Segurança do Presidente da República, preso no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, com milhões de dólares e euros, foi a exoneração nesta segunda-feira, 31, do ministro de Estado e Chefe de Casa de Segurança do Presidente da República, general Pedro Sebastião, e a sua substituição pelo antigo chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Francisco Furtado.

    Analistas contactados pela VOA em Luanda indicam que o Presidente angolano já está a experimentar uma visível baixa da popularidade, numa altura em que o país já está em pré-campanha eleitoral.

    O activista cívico Hélder Mwana África diz que o recente pedido público de perdão e de desculpas pelos acontecimentos do 27 de Maio de 1977 e a campanha em curso contra o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, é “uma corrida contra o tempo” do também presidente do MPLA, na tentativa de resgatar o apoio popular para a próxima corrida eleitoral.

    “O Presidente está a correr contra o tempo, mas fê-lo muito tardiamente”, afirma.

    Para o jornalista e investigador Fernando Guelengue, o escândalo financeiro protagonizado pelo major Lussaty “mancha a imagem do Presidente da República e do país no seu todo” .

    Guelengue afirma que nem mesmo com as campanhas difamatórias contra os seus opositores políticos e outros cenários, “João Lourenço terá bons resultados eleitorais”.

    Desde a prisão de Paulo Lussaty no passado dia 12, o Presidente da República exonerou o ministro de Estado e Chefe da Casa da Segurança, Pedro Sebastião, e seis oficiais generais daquela estrutura, bem como o general Apolinário José Pereira, do cargo de chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, e o Tenente-General António Mateus Júnior de Carvalho, do cargo de secretário para os Assuntos de Defesa e Forças Armadas.

    O general João Pereira Massano foi exonerado do cargo de director nacional de Preservação do Legado Histórico-Militar do Ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria e nomeado Chefe do Serviço de Inteligência e Segurança Militar.

    Por seu lado, a PGR revelou a abertura de um processo-crime no qual “estão envolvidos oficiais das Forças Armadas Angolanas afectos à Casa de Segurança do Presidente da República, por suspeita de cometimento dos crimes de peculato, retenção de moeda, associação criminosa e outros”.

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    FonteVoA

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