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    Alterações climáticas são impasse para desenvolvimento económico

    Executivo está a aplicar reformas para promover a estabilização macroeconómica

    O vice-ministro do Ambiente pediu na quarta-feira, em Luanda, aos países africanos maior atenção para as questões relacionadas com as alterações climáticas, por constituírem um enorme desafio ao desenvolvimento socioeconómico e à qualidade de vida da população.
    Syanga Abílio, que falava à imprensa no seminário sobre “Adaptação às alterações climáticas”, defendeu que a vulnerabilidade e a adaptação afectam profundamente o modelo de desenvolvimento de um país, em especial alguns sectores de actividade socioeconómica caracterizados como vulneráveis.
    “Apesar dos progressos significativos já alcançados nas áreas de desenvolvimento sustentável, as questões relacionadas com as alterações climáticas, a seca e a desertificação no continente africano ainda são factores que dificultam o desenvolvimento, impedindo a expansão agrícola e a melhoria da qualidade de vida da população”, disse o vice-ministro.
    O seminário tem como objectivo principal identificar e definir estratégias que fortaleçam a resistência e a capacidade de adaptação, através da partilha de boas práticas locais, regionais e internacionais. Para Syanga Abílio, a realização do seminário constitui uma oportunidade para os participantes poderem contribuir para os projectos do Plano de Acção Nacional de Adaptação (PANA). O objectivo é aumentar a capacidade de resistência de Angola às variações e alterações climáticas para que estas questões não interfiram nos programas de combate à pobreza estabelecidos pelo Executivo.
    No seu discurso, avançou que o Governo está a aplicar uma série de reformas económicas e legislativas que visam promover a estabilização macroeconómica, cujos resultados podem ver-se na actual taxa de crescimento do país. “Angola está apostada numa estratégia de desenvolvimento de longo prazo, para garantir uma economia aberta e flexível”, disse, acrescentando que o Executivo tem criado mecanismos para mobilização de recursos, incentivando investimentos em áreas como a agricultura e o desenvolvimento rural. Quanto ao impacto das alterações climáticas, Angola aprovou a Estratégia Nacional para a Implementação da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas e o Protocolo de Quioto, incluída na elaboração do Plano Nacional de Adaptação.
    Segundo o relatório do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC), apresentado durante o seminário, houve um aumento de dois graus Celsius, entre 1970 e 2004, nas zonas costeiras e no norte de Angola. No leste e no centro do país o aumento da temperatura foi de um grau.
    O relatório aponta ainda que a tendência vai continuar e os modelos climáticos indicam que vai haver um aumento de três e quatro graus no centro e leste de Angola. Um aumento ligeiro vai ocorrer no litoral e no norte do país durante os próximos 100 anos.  Segundo o vice-ministro, o aumento da temperatura representa uma séria preocupação e são necessárias medidas para que Angola alcance as metas do Milénio, no que toca ao Ambiente. “Estes números podem ser considerados insignificantes, à primeira vista, mas analisados com profundidade podem afectar o crescimento e desenvolvimento do nosso país, sobretudo no sector produtivo e na qualidade de vida da população”, disse.   O seminário foi uma iniciativa do Ministério do Ambiente, em parceria com a Agência Americana para a Cooperação Internacional e os Serviços Florestais dos Estados Unidos.

     

    Manuela Gomes

    Fonte: Jornal de Angola

    Fotografia: Jornal de Angola

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