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    Adalberto Costa Júnior: “Angola vive um tempo de censura e falta de diálogo político”

    A Frente Patriótica Unida (FPA), plataforma lançada pela UNITA, com o apoio do Bloco Democrático e do Projecto Pra-Já–Servir Angola, escreveu recentemente ao Presidente da República a pedir um encontro com vista a melhorar o ambiente institucional no país.

    Em entrevista à VOA, em Washington, Adalberto Costa Júnior afirmou que o pais vive um tempo de censura da imprensa, que o Estado anda em sentido contrário às democracias quando nacionaliza empresas de comunicaçao em vez de pritavizar e que angolanos estão a perder direitos.

    “As empresas, os angolanos vivem com muita apreensão esta inexistência de capacidade de diálogo”, afirma o líder da oposição que justifica assim o pedido de um encontro com João Lourenço, embora não tenha recebido a resposta ainda.

    “Carecemos de abordar as eleições num ambiente de democracia”, sustenta Costa Júnior, para quem deve-se “olhar para as eleições com normalidade, e não como algo de vida ou morte”, como as encaram aqueles “que estão há muito tempo no poder”.

    “Os últimos anos acabaram por ser um atentado ao Estado de Direito, estamos a perder direitos, estamos a perder referências democráticas a cada dia que passa e o diálogo institucional deve ser reposta com muita urgência porque é o diálogo que cria confiança, é o diálogo que traz investimentos, é o diálogo que traz transparência, e quem está lá em cima deve dar o exemplo”, diz.

    O presidente da UNITA lamenta essa falta de convivência política.

    “O meu país tem um Governo em que a pluralidade não é uma realidade, não enfrenta a convivência na diferenca com muita normalidade, combate o lider da oposição, combate os partidos da oposição, não existe diálogo internacional”, continua Costa Júnior que também aponta a usurpação das instituições “dos tribunais, dos serviços de inteligencia” e fala em “compra de personalidades”.

    Censura vs maturação da sociedade

    Na entrevista, o presidente da UNITA lembra que em três anos nunca foi convidado por nenhum órgão de comunicação social do Estado e acusa o Governo de fazer o caminho inverso do das democracias.

    Na entrevista, o presidente da UNITA lembra que em três anos nunca foi convidado por nenhum órgão de comunicação social do Estado e acusa o Governo de fazer o caminho inverso do das democracias.

    “Em vez de privatizar, Angola está a acumular no Estado os sectores da comunicação sob o pressuposto do combate à corrupção, e tem ido buscar no privado e meter no público tudo o que é órgãos, jornais, televisões, rádios e depois subordina tudo a uma gestão partidária”, acusa Costa Júnior que garante que “estamos perantes uma censura indiscutível, toda a sociedade se apercebeu, e isto não favorece o partido que governa”.

    A título de exemplo, ele cita o debate promovido pela UNITA no Parlamento recentemente, que, segundo Costa Júnior, promoveu apenas “muitos insultos e uma indicação clara de que aquela bancada minoritária parou no tempo, com o retorno dos ataques do tempo da guerra” e que “aqueles jornalistas que fazem as opções que fazem, de agredir a liberdade de imprensa afinal tem como mandatários aquele grande espaço no Parlamento, que são os mandantes”.

    Entretanto, “apesar da censura”, o candidato às eleições de Agosto aponta um facto “muito positivo, que ele chama de “maturação de toda a sociedade”.

    Em consequência, diz que “as pessoas não engolem com muita facilidade aquelas respostas muito simplistas de um tempo, o período do boom das redes sociais acabou por democratizar mais o acesso à informação e as pessoas não precisam de olhar para as televisões porque estão completamente manipuladas, e se o senhor jornalista acompanhar os noticiários de Angola fica escandalizado”.

    Quanto à Fente Patriótica Unita, Adalberto da Costa Júnior não deu detalhes de como irá funcionar, disse que há mais partidos e personalidades interessados, que está em construção e que em breve sera anunciado o seu formato.

    O Presidente da UNITA esteve nos Estados Unidos para mobilizar observadores às eleições de Agosto e manter encontros com instituições públicas e privadas e empresários.

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