A bolha, andando também lá por perto, não é imobiliária mas insegura e sem resseguros à vista, pode estar à beira de estoirar. Não começou a inchar agora mas é dado como certo, de acordo com uma fonte da Sonangol, que, se não for adoptado um plano de emergência de salvação, a seguradora AAA pode ir ao ar!
A situação, segundo apurou o Novo Jornal, tornou-se insustentável e o Presidente daquela seguradora, num esforço desesperado, terá endereçado uma carta ao Chefe do Executivo na qual reclamava por um alegado abandono a que aquela estaria a ser votada por parte da petrolífera nacional.
Eduardo dos Santos, de acordo com a nossa fonte, terá remetido a “carta de reclamação” às lideranças da Sonangol e do Ministério dos Petróleos, que não só ter-se-ão manifestado surpreendidos com a iniciativa de São Vicente, como a qualificam como “um acto de insubordinação eivado de sobranceria”, conforme descreveu um alto funcionário da petrolífera angolana.
A surpresa é tanto maior, Segundo o referido alto funcionário, uma vez que as AAA, sendo detida pela Sonangol e por accionistas privados, há muito que passou a ser gerida fora da sua alçada directa.
Na carta dirigida ao Presidente Eduardo dos Santos, o “patrão” das AAA propunha que a Sonangol, que colocou o seu fundo de pensões sob a gestão daquela seguradora, adquirisse a totalidade das suas acções para evitar o seu colapso. A situação está a provocar um sentimento de apreensão entre os funcionários da Sonangol e do Ministério dos Petróleos cujos fundos estão parqueados naquela seguradora.
Em reacção à carta dirigida ao Chefe do Executivo, o Presidente da Sonangol, Francisco de Lemos, convocou São Vicente para uma audiência de emergência na qual, em tom pouco simpático, ter-se-lhe-á advertido para as consequências políticas da sua tomada de posição.
“É estranho que ao longo de anos a Sonangol não tenha sido tida, nem achada e, agora de repente, com a corda no pescoço, ele pretenda sacudir água do capote” – lembrou uma fonte da petrolífera nacional.
Em diversos círculos da Sonangol , que, por sua vez, também é acusada de ter perdido o controlo das AAA, São Vicente é apontado como tendo estado a gerir a companhia como património pessoal. Não é também bem vista na companhia e em certos círculos oficiais a alegada preferência emprestada as relações das AAA com o Standard Bank da África do Sul em detrimento de instituições financeiras detidas pela Sonangol. “Houve um clamoroso erro de cálculo nesta opção” – disse ao Novo Jornal um economista do Ministério do Plano.
São Vicente é ainda acusado de ter feito um aposta “suicida” em investimentos na indústria hoteleira através da construção do que alguns analistas consideram virem a ser novos “elefantes brancos” de três e cinco estrelas cuja duvidosa taxa de ocupação à vista, coloca sérias reservas quanto à sua rentabilidade.
Não sendo crível que, apesar de tudo, a Sonangol venha a “deixar cair” as AAA, fonte da petrolífera considera, no entanto, que a carta dirigida por São Vicente ao Presidente José Eduardo à revelia de Francisco Lemos, compromete gravemente o seu futuro.
Contactado pelo Novo Jornal, o porta-voz da Sonangol, Rosa Santos revelou desconhecer qualquer situação de anormalidade nas AAA.
Durante todo o dia de ontem e até ao fecho desta edição, foram feitas todas as diligências para ouvir, sem sucesso, o Presidente das AAA.
Gustavo Costa (Novo Jornal)
Concordo com a parte de que o DR são vicente esteja ou tem tratado a AAA como património pessoal, e tbm gostaria de realçar que é muito burocrata.
o poder na AAA está centralizado demais referindo-me ao Grupo AAA ser gerido por uma unica pessoa é demais.