Ao pedir desculpa pela barbárie de 1977, João Lourenço abriu caminho à reconciliação nacional, mas desagradou a parte do regime
A entrega das primeiras certidões de óbito e a identificação das primeiras valas comuns onde se encontram as ossadas de algumas das vítimas da chacina que se abateu sobre Angola em Maio de 1977 (ver texto ao lado) poderá inaugurar nova página no processo de cicatrização das feridas abertas no seio do MPLA e de reconciliação dos angolanos.
Foram 44 anos de longo e tenebroso silêncio. Durante esse tempo, muitas famílias angolanas tinham gavetas de armários cheias de fotografias a preto e branco, trancadas, ao abrigo de crianças curiosas e inquietas que pudessem perguntar: “Este quem é, o meu pai? Onde está o meu pai”?