O chefe do Exército do Zimbabwe deplorou nesta segunda-feira a demissão do vice-presidente do país, Emmerson Mnangagwa, e reclama o “fim” disso que ele qualifica de purga no seio do partido presidencial Zanu-PF.
Mnangagwa, muito tempo apresentado como possível delfim do presidente Robert Mugabe, do qual ele era é um fiel, foi demitido de suas funções de vice-presidente a última semana, após um braço de ferro com a primeira-dama, Graçe Mugabe, que se encontra em posição ideal para suceder ao seu esposo.
“A purga actual que visa claramente os membros do partido (Zanu-PF) que se envolveram na guerra da independência deve parar imediatamente”, disse o general Constantino Chiwenga durante uma conferência de imprensa no quartel-general do Exército.
Participaram na conferência pelo menos 90 altos responsáveis do Exército.
“Devemos lembrar os que estão atrás desses perigosos actos que quando se trata de proteger a nossa revolução, o Exército não hesitará em intervir”, alerto o oficial general.
Esta declaração particularmente forte e rara do chefe do Exército aconteceu quando Emmerson Mnangagwa, fugiu do Zimbabwe para a África do Sul, segundo seus próximos, noticia a AFP.
Mnangagwa que recebe o apoio dos antigos combatentes de guerra da independência no Zimbabwe, mantêm ligações estreitas com os militares.
Após a sua demissão, tinha prometido derrotar Robert e Graçe Mugabe, os acusando de pensar em si mesmo como “semi-deuses”, Assegurou que “regressaria ao Zimbabwe para dirigir” a Zanu-PF, que não é “propriedade pessoal” dos Mugabe.
A resposta do regime não demorou muito, algumas horas mais tarde, ele foi excluído do partido, que marcou o seu congresso para Dezembro. Nesta ocasião, Grace Mugabe poderá ser nomeada a uma das vice-presidência que agora está vaga. (Angop)