O vice-presidente da UNITA, Raul Danda, desafiou, em Menongue (Cuando Cubango), o MPLA a definir políticas abrangentes sobre a distribuição da riqueza, com intuito de acelerar o crescimento da economia e criar oportunidades para um desenvolvimento sustentável do país.
De acordo com o Jornal de Angola, o deputado criticou o Executivo pelo facto de, até hoje, não ter encontrado uma solução para atenuar a grave crise social que afecta a população.
O político, que presidiu o acto de massas em alusão ao 53º aniversário da fundação da UNITA assinalado quarta-feira, considerou que “a corrupção continua a fazer morada na maior parte das instituições do Estado”.
Raul Danda afirmou que “a situação social das comunidades vai de mal a pior, muitas famílias não têm o mínimo para se alimentar, enquanto milhões de dólares são gastos em despesas desnecessárias”.
O vice-presidente da UNITA criticou igualmente o facto de o Executivo continuar a permitir a execução de obras sem qualidade, nomeadamente as estradas, centralidades, aeroportos, entre outras infra-estruturas, nas quais são aplicados milhões de dólares que acabam nos bolsos dos seus dirigentes.
Raul Danda indicou que todas as estradas do país estão completamente esburacadas e os edifícios construídos com material de pouca qualidade, situação que obriga a que, a curto prazo, sejam feitas inúmeras reparações ou construção de outras infra-estruturas em menos de dois anos.
O político defende que os deputados, enquanto representantes do povo, devem fiscalizar as acções do Governo, com realce para a execução financeira do Orçamento Geral do Estado (OGE).
O deputado reconhece que “o Presidente da República, João Lourenço, em alguns momentos, mostrou vontade que o Parlamento fiscalizasse as acções do Governo, mas até ao momento não se pronunciou para que possa se desfazer o acórdão do tribunal que impede
os parlamentares desta tarefa, situação que nos deixa crer que ele esteja a pactuar com o sistema vigente”.
Raul Danda disse ser necessário haver competência, qualidade e, acima de tudo, honestidade entre os gestores públicos do país, para que a governação seja livre, justa e democrática.
Combate à corrupção
Raul Manuel Danda afirmou que “o combate à corrupção é uma fraude, porque, até ao momento, as detenções efectuadas são puramente selectivas entre os dirigentes do partido no poder (MPLA)”.
O deputado disse não ser possível combater a corrupção quando dirigentes públicos afectos ao partido no poder que levaram à falência bancos públicos e privados, através de empréstimos por eles solicitados, até agora continuem impunes sem qualquer penalização.
O político considera que o combate à corrupção não pode ser feito apenas com exonerações que, até ao momento, não trouxeram impacto positivo na vida das populações. “Se a ideia é prender as pessoas e os angolanos continuarem a passar fome, então esta pretensão não serve para nada”, disse.
“A UNITA é a única força política apta para a governação, por ser um partido forte, sólido e coeso em detrimento de partidos políticos como o MPLA, FNLA e a coligação CASA-CE que vivem conflitos internos e completamente divididos entre eles”, afirmou.
O político salientou que a UNITA tem como pretensão trabalhar com todos os indivíduos independentemente da filiação partidária, raça, cor e grupo etnolinguístico, desde que tenham competência, qualidade e que sejam honestos.
Numa declaração, a UNITA reafirma o seu compromisso para a contribuição nos esforços que visam a consolidação da paz, da unidade, reconciliação nacional e da construção de um Estado Democrático e de Direito em Angola.