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    UNITA: Candidatura de Abílio Camalata Numa é tida como precipitada

    Abílio Kamalata Numa, ex-secretário-geral da UNITA (DW)
    Abílio Kamalata Numa, ex-secretário-geral da UNITA (DW)

    Vozes controversas fizeram-se ouvir na UNITA quanto à possibilidade de Abílio Camalata Numa (na foto) vir a ser sancionado pela sua ousadia de “desafiar” os estatutos desse partido. É que, segundo fontes deste jornal, ele só deveria anunciar a sua candidatura depois de o presidente do partido convocar o congresso

    O anúncio da candidatura de Abílio Camalata Numa a presidente da UNITA está a ser visto internamente como uma atitude que configura, supostamente, a violação dos estatutos deste partido.

    Fonte ligada ao “Galo Negro” disse a OPAÍS que o antigo secretário-geral da UNITA está impedido de fazer o anúncio que fez antes de o presidente do partido convocar o esperado congresso, o que deve acontecer 90 dias antes de o evento ter lugar.

    “Ele violou a disciplina partidária”, afirmou a fonte, que descreveu Numa como sendo uma pessoa que não se despiu da sua condição de militar e de agir de forma “radical, arrogante e imprevisível”.

    A fonte manifestou-se duvidosa quanto aos supostos apoios internos de Camalata Numa e que possam guindá-lo a liderança da UNITA, no final do congresso aprazado para Dezembro deste ano.

    Sustentou que o deputado Numa “muito dificilmente” conseguirá arregimentar, a seu favor, o número de votos suficientes para levar avante os seus intentos e aponta que Isaías Samakuva é o único que está em condições de continuar à frente dos destinos do partido “pelo menos até às eleições de 2017”.

    “O general Camalata Numa, enquanto secretário-geral, não conseguiu mobilizar jovens no meio urbano, porque considerava-os como sendo “crioulos”, “dos gabinetes”, e não conseguiu reaver o património do partido”, acusou a fonte que considera que o político não deve ser a aposta do partido num futuro próximo devido às suas atitudes “avessas ao diálogo e ao bom senso”.

    Um passo à frente e dois à rectaguarda

    Numa projecção mais condizente com o que tem sido manifestado amiúde pelos actuais dirigentes da UNITA, a fonte de OPAÍS não descartou a possibilidade de este partido vir a desistir das candidaturas partilhadas para a liderança partidária.

    Esta possibilidade é assente na alegada “má experiência” dos últimos anos em que tal procedimento, apresentado antes como “uma lição de democracia”, se veio a revelar um dos principais motivos de divisões do partido em alas e de deserções de militantes que se sentissem deserdados. estes se perpetuem no poder. Isaías Samakuva e pares defendem que esta exigência faz todo o sentido para as instituições do poder de Estado como a Presidência da República.

    Os partidários de Camalata Numa, e ele próprio, garantem haver apoios internos suficientes para disputar o cadeirão da UNITA, sustentados por este tipo de ideias “renovadoras”.

    Figuras de proa da UNITA estariam ao lado do antigo “cabo-de-guerra” do Galo Negro mas que não gostariam de aparecer, por enquanto.

    Para já, estariam garantidos os apoios de pelo menos três secretários provinciais e alguns membros da juventude. Mas também haverá os que, estando actualmente “no muro”, pendem mais para Numa do que para Samakuva ou para um outro candidato.

    Concorre para tais apoios o facto de Numa ter estado nas matas até ao último dia, ao lado dos soldados e a população aderente do interior do país. Numa foi o primeiro e o único membro da UNITA a fazer greve de fome contra a intolerância política no Huambo.

    Por sua vez, Isaías Samakuva estaria a perder votos por ter feito o inverso: não esteve nas matas nos últimos dias da guerra, e, talvez por isso, denota alguma insensibilidade para com o sofrimento dos “mais velhos”, entre generais, oficias superiores e soldados que sofreram as agruras do conflito. Esteve quase sempre ausente do país, não se integrou no espírito da guerra e o seu consulado tem sofrido algum desgaste, e até provocado alguma desilusão no seio dos seus próprios partidários.

    Nenhuma das fontes contactadas confirmou a ocorrência de um “acordo de cavalheiros” entre os dois políticos no sentido de Samakuva desistir da candidatura presidencial em troca do lugar de cabeça de lista nas próximas eleições gerais. (opais.co.ao)

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    1 COMENTÁRIO

    1. é preciso que os democratas dê exemplos democraticos, havendo congresso no seio do partido originario da democracia, é sinal de exercicio de democratico, logo tem de haver alternancia no poder partidario, e assim sucessivamente, pelo menos monstra-se aos ditadores a licção democratica….

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