Segunda-feira, Maio 20, 2024
17.2 C
Lisboa
More

    Ulrich: Problemas no GES são «abscesso» no caminho de Portugal para a retoma

    (Foto: Global Imagens/Diana Quintela)
    (Foto: Global Imagens/Diana Quintela)

    Os problemas que vive o Grupo Espírito Santo são um «abscesso» no percurso que o país está a fazer para reconquistar a credibilidade internacional e voltar ao crescimento económico, disse o presidente do Banco BPI.

    «É um abscesso na caminhada de Portugal rumo à credibilidade e crescimento», afirmou Fernando Ulrich, durante a sua intervenção num evento em Lisboa, acrescentando que «a melhor forma de o retirar dos holofotes mediáticos é responder a três questões».

    A primeira questão, disse, é «explicar a situação de Angola: foi mostrada a fotografia mas há que mostrar o filme todo. Alguém acredita que um estado soberano como Angola dê uma garantia de milhões de euros a troco de nada?», questionou.

    A relação com a PT é a segunda questão que «há que esclarecer. Já se sabe que a PT fez este investimento. Qual a dificuldade em explicar se vai ser pagar ou não? E se não for paga o que acontece?».

    A terceira questão a esclarecer é «o que se passa do banco para cima» com a holdings do grupo, afirmou Ulrich. «Não basta dizer que está tudo bem, porque para os mercados isso não chega. Tem que se mostrar contas e gráficos e em que se explique tudo tim por tim tim para que qualquer aluno da 4ª classe perceba o que se passa», concluiu.

    O presidente do Banco BPI criticou ainda a forma como o Grupo Espírito Santo (GES) geriu a divulgação de informação sobre os problemas que atravessa, considerando que «o desastre» ao nível da comunicação criou uma «tempestade perfeita».

    Segundo Fernando Ulrich, desde que as dificuldades financeiras que algumas ‘holdings’ do GES atravessam passaram a ser públicas através da imprensa, há cerca de dois meses, «a comunicação foi desastrosa».

    E reforçou: «A gestão desta crise, desde que o Expresso e o Jornal de Negócios, penso que foram os dois meios mais ativos, começaram a publicar informação, é um ‘case study’ [caso de estudo] do ponto de vista do desastre comunicacional».

    «Se queriam construir a tempestade perfeita, não conseguiam fazer melhor», afirmou Ulrich, realçando que «o que se está a passar não é na banca, é no Grupo Espírito Santo» e que o assunto «não dá vontade de rir, é muito sério».

    Ulrich repetiu várias vezes que não se pronunciava sobre os problemas do grupo em si, mas sim da forma como foi gerida a comunicação institucional. «Vinha de carro para a conferência, segui uma ligação de uma notícia da Bloomberg, e vi em direto uma jornalista asiática, de uma estação televisiva norte-americana, a fazer a abertura da bolsa dos EUA com os problemas no BES», revelou, insistindo que «isto é um desastre».

    À entrada e à saída, o governante escusou-se a prestar declarações aos jornalistas sobre a situação do GES e o seu discurso foi feito à porta fechada. (tsf.pt)

    por Lusa

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Os EUA pretendem remodelar as cadeias de abastecimento globais na Ásia, e a China contorna isso com investimentos em países asiáticos

    Os aumentos tarifários do presidente Joe Biden sobre uma série de importações chinesas são apenas as últimas medidas dos...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema