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    Rússia vende yuan chinês para equilibrar orçamento

    Moscovo inicia venda de reservas da moeda chinesa para cobrir déficit orçamentário causado por queda das receitas de petróleo e gás, e custos da guerra. Mas por quanto tempo o yuan sustentará a frágil economia de Putin?

    A queda das receitas de petróleo e gás devido às sanções ocidentais ampliou o déficit orçamentário da Rússia, obrigando o Kremlin a se livrar de algumas reservas de yuan chinês para preencher a lacuna.

    A Rússia registrou em 2022 um déficit orçamentário de 3,3 trilhões de rublos (cerca de 47 bilhões de dólares), ou cerca de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

    Uma queda do preço de exportação do petróleo russo para abaixo de 50 dólares por barril (159 litros) pode elevar o déficit orçamentário da Rússia em outros 2,5 trilhões de rublos. Isso obrigaria o Kremlin a aumentar ainda mais as vendas de suas reservas da moeda chinesa, predizem analistas da agência Bloomberg.

    O orçamento da Rússia para 2023 é baseado num preço médio anual do petróleo de 70 dólares por barril, e o banimento do petróleo russo pela União Europeia e o limite de preço de 60 dólares por barril custam ao Kremlin mais de 170 milhões de dólares por dia, segundo estimativa do think tank finlandesa Centre for Research on Energy and Clean Air, segundo a qual as exportações russas de petróleo bruto caíram 12% em dezembro.

    Nikolai Korzhenevsky, fundador da empresa russa de análise de mercado SberIndex, considera esses números uma indicação de que as finanças estatais da Rússia estão em processo de deterioração. “Elas podem se tornar críticas este ano, se os gastos não puderem ser mantidos sem prejudicar o equilíbrio macroeconômico”, explicou o analista ao boletim semanal sobre temas russos The Bell.

    Mark N. Katz, professor da Universidade George Mason, nos EUA, afirmou acreditar que o uso do yuan por Putin para equilibrar o orçamento de Moscovo pode aumentar a dependência russa da China.

    “Mas, a menos que Pequim esteja disposto a usar sua influência econômica e ameaçar sancionar a Rússia [em relação à guerra na Ucrânia], é de se duvidar de que essa dependência econômica dê a Pequim muitas oportunidades de influenciar as políticas de Putin. Pelo menos ainda não”, comentou Katz à DW.

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    FonteDW

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