O governo do Quénia revelou este domingo já ter identificado um dos quatro militantes do grupo radical islâmico Al-Shabab que na quinta-feira invadiram o “campus” da universidade de Garissa, no leste do país, e mataram mais de 140 estudantes. Trata-se de Abdirahim Abdullahi, um muçulmano diplomado em Direito e originário da região de Mandera, no extremo noroeste do Quénia.
O porta-voz do Ministério do Interior queniano, Mwenda Njoka, contou que o pai de Abdullahi havia “alertado as autoridades de que o seu filho tinha desaparecido e que suspeitava que tivesse ido para a Somália”. O jovem estaria desaparecido desde 2013.
As autoridades quenianas continuam, entretanto, a tentar identificar os cadáveres dos outros três militantes do Al-Shabab igualmente mortos após atacarem a universidade, separarem os estudantes islâmicos dos cristãos e executarem uma boa parte destes últimos.
O ataque de quinta-feira, que terá sido orquestrado por um antigo professor do Corão em Garissa, Mohamed Mohamud, deixou pelo menos 152 pessoas mortas, incluindo os quatro executantes do plano reivindicado pelo grupo Al-Shabab. Três polícias e três militares quenianos também morreram, mas a larga maioria das vítimas – 142 – eram estudantes da universidade.
Este foi o mais mortífero atentado no Quénia desde o ataque à embaixada dos Estados Unidos, em 1988, que fez 213 mortos. O grupo radical islâmico Al-Shabab justificou este ataque à universidade de Garissa como represália pela intervenção de militares quenianos contra a atividade do grupo extremista no território da Somália. A organização terrorista africana ameaça continuar os ataques contra nigerianos enquanto se mantigver esta presença na Somália. (euronews.com)
por Francisco Marques