Entre eles, 43 são da especialidade de Laboratório e 36 de Raio-X. O director do referido Instituto, Mateus Lopes, referiu que a introdução dos dois novos cursos no plano curricular da instituição, que agora colocam no mercado de emprego os primeiros técnicos formados nestas especialidades, pretendeu reduzir a falta de profissionais nestas áreas na província do Uíge, sobretudo nos municípios e comunas.
Mateus Lopes lembrou que há 20 anos que os técnicos básicos de análises clínicas se deslocam à Lunda-Norte para obterem formação média. “Até 2010, Uíge contava apenas com três técnicos de radiologia, insuficiente na altura para atender as necessidades”.
Por essa razão, explicou, foi necessário implementar na instituição esta especialidade, para dar resposta aos serviços de análises clínicas e de Raio-X, no hospital Geral do Uíge, nos municipais do Negage, Sanza Pombo e noutras unidades sanitárias da província.
O governador provincial do Uíge, Paulo Pombolo, também valorizou a formação dos novos técnicos de saúde e assegurou que o seu pelouro vai criar políticas destinadas ao enquadramento destes profissionais na função pública.
Pediu ainda aos recém formados para terem espírito humanista no tratamento dos pacientes e a primarem o seu trabalho pelos princípios da ética e deontologia profissional, emanados pelos princípios do exercício da actividade de enfermagem. Pombolo anunciou a entrada em funcionamento, no mês de Julho, de cinco novos hospitais municipais construídos de raiz, no âmbito dos Programas de Investimentos Públicos, nos municípios do Bungo, Damba, Mucaba, Songo e Puri.
“Há garantias que mais de 90 por cento destes finalistas vão ficar apurados no concurso público de ingresso na função pública, já que dentro de pouco tempo a província vai contar com mais hospitais, com excelente condições de trabalho”, frisou.
Vigilância da mortalidade
Os elevados índices de mortalidade materno-infantil está a preocupar as autoridades sanitárias locais. O director provincial da saúde, Benji Henrique, disse que Angola figura na quarta posição das estatísticas dos países com elevado índice de morte de mulheres grávidas e crianças menores de cinco anos.
Anualmente, em cada 100 mil mulheres grávidas, pelo menos 1.500 perdem a vida, e em cada 100 mil crianças menores de cinco anos, falecem mil.
Benji Henriques explicou que as principais causas para o aumento da mortalidade materno-infantil estão relacionadas com factores directos, como hemorragias, problemas no parto, abortos provocados e rotura uterina.
Relativamente aos factores indirectos, referiu a falta de técnicos nas comunidades rurais, o estado degradado das vias de acesso e a falta de assistência médica e medicamentosa em tempo oportuno. Para alterar esta situação, o governo criou um Comité de Auditoria da Mortalidade Materna e Infantil para garantir maior prevenção e a redução dos óbitos em mulheres grávidas e crianças.
Este comité vai estar representado nos municípios e comunas para facilitar a recolha de dados concretos sobre a mortalidade materno-infantil junto das comunidades, e permitir que sejam identificadas as causas do surgimento deste problema junto das populações.
Vai ser composto pelos responsáveis dos sectores da Saúde, Educação, Reinserção Social, Família e Promoção da Mulher, além de outros responsáveis, e será coordenado pela vice-governadora para o sector político e social, Maria Fernando da Silva e Silva.
Fonte: Jornal de Angola