O Comité Central de Médicos do Sudão, um sindicato opositor ao regime, denunciou hoje que pelo menos cinco pessoas morreram e dezenas de outras ficaram feridas durante as manifestações antigovernamentais que decorreram no sábado no país. A notícia está a ser avançada pela Lusa.
De acordo com esta agência de informação, entre as pessoas hospitalizadas há pelo menos dez com ferimentos de bala, refere o grupo médico num balanço divulgado sua página de Facebook, refere a agência EFE.
Milhares de manifestantes juntaram-se no sábado frente ao quartel-general do Exército do Sudão, em Cartum, num protesto contra o presidente do país, Omar al-Bashir, debaixo de contestação popular há três meses.
O Comité de Médicos do Sudão identificou pelo nome quatro dos cinco mortos e adianta que pelo menos um dos feridos está em coma por traumatismo e um outro encontra-se em estado grave após ser atropelado por um automóvel durante os protestos.
A manifestação de sábado foi convocada pela Aliança, o movimento que lidera a oposição ao presidente, coincidindo com o aniversário do levantamento popular de 06 de Abril de 1985 que levou à queda do então presidente Yafar al Nimeiri.
O actual presidente Omar al-Bashir, que chegou ao poder através de um golpe de Estado em 1989, enfrenta a maior onda de protestos desde que assumiu a presidência.
Os protestos iniciaram-se a 19 de Dezembro e, nas primeiras semanas, aconteciam todos os dias, mas foram perdendo força devido à repressão violenta e pela entrada em vigor, a 22 de Fevereiro, do estado de emergência, que permitiu o julgamento rápido de centenas de activistas.
A organização não-governamental Médicos para os Direitos Humanos (PHR, na sigla inglesa) na sexta-feira que as forças de segurança do Sudão mataram pelo menos 60 pessoas nos protestos que se prolongam há três meses no país.