O ministro dos Transportes, Ricardo D’Abreu, reafirmou, esta quinta-feira, no Lobito (Benguela), a intenção do Executivo angolano de interligar os três corredores ferroviários do país.
Trata-se do Corredor norte, que abrange as províncias de Luanda, Cuanza-Norte e Malange, o central, conhecido como Corredor do Lobito, que atravessa as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, e o do sul, que sai de Moçâmedes (Namibe) até Menongue, no Cuando Cubango.
Falando a jornalistas, o governante afirmou, a propósito, que está em curso um estudo e o passo a seguir será poder decidir o modo de financiamento deste projecto.
Na ocasião, anunciou que, ainda este ano, será lançado um concurso para o Corredor Sul, onde se irá definir um conjunto de obrigações ao futuro concessionário, na lógica do seu investimento.
Questionado sobre as evidências do investimento americano no Corredor do Lobito, considera que o povo ainda não sente o seu impacto porque as concessionárias, nomeadamente o Lobito Atlantic Railway e a África Global Logistics, ainda estão focadas na melhoria das infra-estruturas e na criação de condições para atingir o objectivo preconizado.
Quanto ao envolvimento de empresas nacionais, concretamente as micro, pequenas e médias, assegurou que já começaram a acontecer.
“Tivemos também a oportunidade de ouvir as comunidades no ramo da agricultura, inclusive as mulheres rurais”, esclareceu.
Segundo o ministro, esses benefícios já começaram a acontecer, mas há um trabalho que está a ser realizado no Lobito, que tem a ver com o Plano Director do Corredor do Lobito.
O governante enfatizou que decorre um programa do Executivo que se chama Diversifica Mais, financiado pelo Banco Mundial, na ordem dos 400 milhões de dólares, dos quais 150 serão para o apoio à dinamização produtiva ao longo do Corredor do Lobito.
Sobre o risco de sinistralidade nas linhas, informou estar a ser desenvolvido um trabalho nos três Corredores.
Afirmou haver outras questões que estão relacionadas com o dolo, a sabotagem, o crime, que também serão endereçadas às autoridades.
“Acima de tudo, pensamos que todo o processo de dinamização e o potencial de geração de riqueza e contribuições para as comunidades das linhas férreas, pode permitir que se entenda que é muito mais útil ter a linha livre do que ocupá-la e correr o risco de perder a vida”, considerou o ministro.
“Luanda é claramente o grande desafio, particularmente na zona do centro polulacional, porque há grande interferência na linha, mas existe um trabalho de sensibilização e educação, bem como de disciplina”, disse.
Afirmou, por outro lado, que neste Corredor, o Governo está a trabalhar com uma equipa ferroviária americana para conseguir promover, a seu tempo, a sua dinamização, que vai atingir as províncias do Zaire, Lunda-Norte e Lunda-Sul. TC/CRB