A Coreia do Norte adiou mais uma vez a conclusão de um mega projecto turístico balnear, para Abril de 2020, aparentemente devido às sanções impostas por causa do seu programa nuclear. A notícia está a ser avançada pela Lusa.
De acordo com esta agência de informação, a Zona Turística de Wonsan-Kalma, encravada entre um aeroporto recente e a costa leste do país prevê hotéis, cinemas e um parque aquático.
O local está destinado a tornar-se a peça central da nascente indústria turística da Coreia do Norte, que busca desenvolver a sua economia apesar das sanções internacionais.
O trabalho na zona turística está a ser monitorizado de perto pelo líder norte-coreano Kim Jong-un. Inicialmente estava para abrir em Abril, no aniversário do nascimento do pai fundador norte-coreano, Kim Il-sung.
Mas durante uma visita recente ao local, Kim adiou a data de conclusão pela segunda vez, ordenando que a construção seja concluída no mesmo período do ano que vem, informou a agência de notícias oficial no sábado, a KCNA.
Esta decisão permitirá que os trabalhadores “terminem com perfeição [o projecto] para que o nosso povo se divirta numa área turística impecável a partir (…) do próximo ano”, disse Kim, citado pela KCNA.
A inauguração foi adiada pela primeira vez em Agosto, com abertura prevista para Outubro de 2019.
As sanções impedem que a Coreia do Norte obtenha os materiais necessários para concluir a construção do gigantesco local à beira-mar, dizem os especialistas.
“A Coreia do Norte pode realizar a construção exterior dos hotéis em si, mas a maioria dos materiais de acabamento interno é importada”, disse o investigador do Instituto Coreano para a Unidade Nacional, Cho Han-bum, à agência de notícias France-Presse.
Durante algum tempo, Pyongyang comprou produtos proibidos com moeda estrangeira, mas essa fonte “também secou”, continuou o analista.
Em Dezembro, imagens de satélite feitas por especialistas norte-americanos mostraram que a maioria dos edifícios anteriormente em construção estava quase terminada.
“A economia norte-coreana atingiu um limite por causa de sanções”, sublinhou Cho.
O alívio imediato das sanções foi a principal exigência norte-coreana na segunda cimeira no final de Fevereiro em Hanói, entre o Presidente dos EUA, Donald Trump, e Kim, uma reunião que terminou em fracasso.
O Presidente Trump, um ex-promotor imobiliário, destacou o potencial da Coreia do Norte no desenvolvimento do turismo, elogiando as suas “super praias” que seriam ideais para “super apartamentos”.