Nove angolanos encontram-se na lista de dezenas de políticos e conhecidas personalidades de todo o mundo com contas bancárias em “paraísos fiscais” ou com propriedades em vários países compradas através de firmas fantasmas, revelam documentos publicados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação, no domingo, 3 de Setembro.
Os nomes dos angolanos envolvidos ainda não foram revelados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação que disse ter tido acesso a milhões de documentos numa gigantesca fuga de informação a que deu o nome de “Pandora Papers”, mas é de prever que isso venha a acontecer em breve.
A salientar que ter contas em bancos no estrangeiro ou possuir companhias que compram propriedades não é por si só um crime, mas podem indicar uso indevido de fundos estatais, fuga aos impostos e outras ilegalidades.
Entre os muitos dirigentes, cujos nomes foram associados a esse tipo de actividades, está o Presidente do Quénia, Uhuru Kenyatta, cujo nome aparece ligado a 13 companhias off-shore.
A Presidência do Quénia não emitiu qualquer reacção até agora, mas um jornal do país disse “não haver provas que Kenyatta roubou bens do Estado”.
O número de documentos a que o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação teve acesso é muito superior aos chamados “Panama Papers” e “Luanda Leaks”, que revelaram actividades semelhantes ou ilegais por parte de conhecidas personalidades mundiais e, no caso do “Luanda Leaks,” da família do antigo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos.