O governo do Sudão do Sul gasta uma grande parte de sua renda petrolífera na compra de armas, enquanto o país enfrenta uma fome causada pelas operações militares ordenadas por Juba, segundo relatório das Nações Unidas.
O documento, que foi consultado nesta sexta-feira pela AFP, pede um embargo de armas contra o Sudão do Sul que foi apoiado pelos Estados Unidos, mas rejeitado por uma votação do Conselho de Segurança em Dezembro.
“As armas continuam inundando o Sudão do Sul, asseguram diversas fontes, muitas vezes em coordenação com os países vizinhos”, indicou o relatório, redigido por um painel de especialistas.
Foram descobertas “evidências claras de que os líderes do país continuam obtendo armas” para o Exército, os serviços de segurança, as milícias e outras “forças associadas”, acrescenta.
O Sudão do Sul obtém 97% de sua renda por meio da venda do petróleo. Do final de Março ao final de Outubro de 2016, a venda do petróleo representou aproximadamente 243 milhões de dólares, segundo cálculos dos especialistas.
Pelo menos a metade, “e provavelmente muito mais”, do orçamento é para a segurança, incluindo a compra de armas, acrescenta o relatório.
O governo do presidente Salva Kiir continuou adquirindo armas apesar de a fome ter sido declarada no estado Unidade, onde ao menos 100.000 pessoas estão morrendo de fome. (AFP)