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    O caminho faz-se assim

    AGOSTINHO CHITATA Director de Jornal de Economia (Foto: D.R.)
    AGOSTINHO CHITATA
    Director do Jornal de Economia
    (Foto: D.R.)

    O país vai comemorar 40 anos de existência. Deixa de ser um país jovem e entra para a fase adulta. Neste período de quatro décadas, Angola experimentou vários momentos. Muitos destes de tristes memórias por culpa do conflito armado. Separou famílias. Facilitou o êxodo. Escondeu o potencial em recursos naturais e travou o crescimento económico.

    Não havia estrada. Ou melhor, o desenvolvimento não seguia o seu curso porque encontrava zonas minadas e aldeias vazias. A agricultura afastou-se dos campos. A despeito das terras aráveis e água abundante, a instabilidade empurrou o camponês e qualquer outro projecto agropecuário para fora das áreas de cultivo. O campo juntou-se à cidade.

    A fonte geradora de produtos agrícolas não o fazia. Ou seja, passou a fazer mal. Com irregularidades. O facto ajudou a virar-se para o estrangeiro, onde se passou a comprar bens de primeira necessidade. Estes cultiváveis entre nós numa situação normal. Nestes 40 anos, vai-se festejar o dia da Independência num quadro económico de paz.

    Terminada a guerra, as estradas reabriram na sua plenitude. O camponês, grosso modo, regressou à sua zona de origem, os projectos agrícolas voltaram. Reforçou-se a sua implementação. O plano nacional de desenvolvimento criou oportunidades e gerou crescimento. Tornou virtuosa a produção nacional. Hoje, com a circulação e a implementação de programas de desenvolvimento, o país lançou-se à diversificação.

    A estratégia é de tornamo-nos auto-suficientes. Dependermos menos do exterior, sobretudo no campo alimentar. É fazer com que possamos vender lá fora o que produzimos cá. É, no fundo, transformar outros recursos em matéria-prima de exportação, quiçá, ao nível do petróleo, nossa principal fonte de receitas fiscais. Aliás, a ministra do Comércio deixou clara esta vontade em Genebra.

    Conforme a enviada especial do Jornal de Angola, Natacha Roberto, a titular disse que o Governo angolano quer atingir um crescimento notável da economia com uma forte aposta na diversificação das fontes de receitas fiscais e redução do impacto do sector petrolífero no mercado nacional. Diz a matéria, publicada na edição de quarta-feira última que Rosa Pacavira, ao intervir na abertura do segundo exame de política comercial de Angola na Organização Mundial do Comércio (OMC), informou que em 2014 o sector não-petrolífero registou um crescimento de 8,2 por cento, enquanto o petrolífero decresceu 2,6. Nesta perspectiva, continuou, o produto interno bruto atingiu um volume de 12.462,3 mil milhões de kwanzas.

    Rosa Pacavira disse, conforme o JA, que o bom desempenho do sector não-petrolífero foi fortemente influenciado pelos sectores das pescas (19,1 por cento), energia (17,3) e agricultura (11,9). Reforça ainda a informação que dados preliminares apontam para um PIB não-petrolífero de 8.158,00 mil milhões de Kwanzas, que reflecte um crescimento de 11 por cento em relação a 2013.

    Pontificando a agricultura, sem dúvida, constitui um dos sectores que nos vai catapultar à realização com sucesso dos objectivos traçados de diversificação económica e à materialização do combate à fome e à pobreza. Há trabalho no campo e que tem resultado no comércio a retalho em áreas rurais. Mercê dos ganhos da paz e com as estradas nacionais a convidarem a viagens ao interior, viveu-se um feriado prolongado por ocasião do 17 de Setembro, dia do Herói Nacional.

    Obviamente que muitos aproveitaram para visitar familiares, amigos e lugares paisagísticos, explorando a vertente lúdica. Waku Kungo e a cidade do Huambo também dominaram as preferências. Desnecessário será lembrar sobre as potencialidades agro-pecuárias e industriais destas localidades. À mistura, está o comércio tradicional realizado ao longo da via Luanda/Huambo. É verdade que já esteve melhor.

    Hoje, circula-se com algum conforto até ao Dondo. Placas de informação tranquilizam a continuação das obras entre Maria Teresa e o Dondo. O estado do tapete incentiva ao deleite da paisagem à volta. A exposição de produtos em pequenos mercados sustenta o conceito de que o comércio rural desempenha um papel fundamental no crescimento económico de muitas famílias.

    E tal se pode constatar. Uma apreciação alargada da montra exibida na feira dos municípios, realizada em Luanda, com o fim de mostrar a riqueza do campo. Kibala e Waku Kungo, disse um visitante de ocasião, têm um potencial agrícola enorme e que dá uma valiosa contribuição a0 mercado nacional mas há sobre estas um elemento desincentivador: a estrada. Se calhar devido ao estado desta, porque é preciso prestar atenção aos inúmeros buracos, dificilmente se consegue divisar uma placa a suavizar de que a reabilitação segue dentro de momento. (jornaldeeconomia.ao)

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    1 COMENTÁRIO

    1. Muito boa apreciação do nosso pais. Fico radiante e esperançosa em ve-lo cada vez mais Adulto como referiu.

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