Christian Drosten admite em entrevista à Deutsche Welle que “é muito dificil fazer previsões globais”. Para o virologista alemão e arquitecto da estratégia do seu país de luta contra a covid-19, não há dúvidas que o inverno vai ser difícil. Até porque “se vamos ter vacinas ao longo do próximo ano, pode demorar até final desse ano para a maioria da população a receber”.
Mais, mesmo quando alguma parte da população começar a vacinar-se, as máscaras não vão desaparecer das nossas vidas. “Não nos vamos livrar das máscaras tão cedo”, garante Drosten. Para o virologista, é claro que na Alemanha e em muitos outros países da Europa, onde a incidência de doença é baixa, a imunidade também vai ser baixa, logo a única forma de as pessoas se protegerem é continuar a seguir as regras e usar máscara.
Christian Drosten admite que neste momento é difícil avaliar a situação da pandemia por exemplo em África, mas garante que é a Índia o país que mais o preocupa: “Tem alta densidade populacional. O vírus está a espalhar-se de forma descontrolada”. Mas a América do Sul e algumas zonas de África também são delicadas, diz.
Na Europa, é possível que alguns países tenham mesmo de impor medidas mais restritivas, com a chegada do Outono, explica o especialista.
Quanto ao relativo sucesso da Alemanha, Drosten aponta o facto de ter reagido cedo, o fácil acesso aos testes, mas também a chegada tardia da epidemia, o que permitiu controlar a transmissão.
A Alemanha registou, no sábado, o maior número diário de novos casos de coronavírus desde Abril, com 2.297 novas infecções – relata o instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch.
Este é o maior aumento nas infecções registadas oficialmente desde 24 de Abril, segundo o instituto. No total, a pandemia da Covid-19 causou 270.070 casos e 9.384 mortes na Alemanha até agora, seis delas nas últimas 24 horas.