Quinta-feira, Maio 16, 2024
17.3 C
Lisboa
More

    Não tem preço! – Mariano Brás

    Na abertura deste editorial, nada melhor do que uma palavra de agradecimento ao novo director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviço de Investigação Criminal (GCII/SIC), Manuel Halaiwa, pela visita às instalações do O Crime.

    Vemos nesta visita um alento à cooperação, talvez na senda do muito propalado novo paradigma na política angolana. O futuro ajudará a explicar tudo.

    Tenho quase 20 anos de cobertura jornalística de casos de polícia, seis dos quais enquanto director do primeiro órgão de comunicação social especializado em matéria criminal neste país. Confesso que tive de “ralar” muito, de andar de engenharias em engenharias, para fugir das várias dificuldades. Falo do acesso às fontes e de ameaças de morte.

    O regime angolano tentou encerrar o jornal logo à nascença, alegando que o país não estava preparado para ter uma publicação do género.

    Fui processado, vi as gráficas com orientações expressas para não o imprimir. O MININT chegou a proibir directores de gabinetes de informação de prestarem informações a este órgão, na altura visto como inimigo da “Segurança Pública”.

    Apesar de tudo, persistimos e, seis anos depois, o MININT, na pessoa do seu novo director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviço de Investigação Criminal (GCII/SIC), Manuel Halaiwa, reconheceu-nos como parceiros.

    Não tenho como não me emocionar. Atenção que já ganhei prémio por este estilo e já vi grandes jornalistas da minha geração (Isabel João, Gabriel Veloso e Paulo Sérgio), seguidores, também ganharem prémios e escreverem livros em que, passe o elogio, reconhecem-me como referência. Isto não tem preço!

    Faço votos de que este jovem director, filho da província da Huila, que já começou a fazer história, tenha “sucessos sucessivos” nesse novo desafio. Com os profissionais desta casa, pode contar!

    Os meus agradecimentos, como não podia deixar de ser, são extensivos ao ministro do Interior, Eugénio Laborinho, e ao director-geral do Serviço de Investigação Criminal, Arnaldo Manuel Carlos. Sem eles, estou certo, nada disso seria possível.

    Infelizmente, não teremos cooperação quando o assunto gravitar em torno de excessos de efectivos do MININT, idênticos às recentes execuções de pacatos cidadãos.

    Já não é possível taparmos o sol com a peneira, ignorando o facto de o país estar a caminhar para um caos social. É urgente uma intervenção enérgica de quem de direito.

    Os responsáveis pelas constantes execuções de pacatos cidadãos são tão culpados como os conselheiros directos do PR, mormente no que toca à Segurança Pública.

    Com que base científica, o governo de JLo concluiu que uma pessoa sozinha no interior da sua viatura tem de usar máscara para evitar contaminação? O levantamento da medida está associada à morte do médico? Importa sublinhar que a PNA fala em caso ‘acidental’.
    A ser verdadeira a versão contrária (assassinato), fica claro que a equipa de JLO não sabe o que está fazer.

    É com estas políticas duvidosas que pretendem convencer o encarregado de educação a levar a criança à escola? Brincadeira!
    O que o ministro do Interior e o Comandante Geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, já fizeram para inverter o quadro? Ao que parece, absolutamente nada! E, se o fizeram, não saíram do blá-blá-blá…

    Devo confessar que tenho muito apreço pelo ministro do Interior e pelo Comandante Geral da Polícia Nacional, pois reconheço que ambos têm feito em outros aspectos um bom trabalho, mas que são abafados pelas constantes execuções de pacatos cidadãos por parte de alguns efectivos.

    Questiono por que razão o MININT não comprou até agora câmaras de vídeo para colocar nos uniformes dos seus efectivos, uma vez que lidam directamente com a população, assim como para as esquadras e, desta forma, evitar a postura musculada.
    Refiro-me a câmaras de vídeo usadas pela maioria das polícias no mundo ou mesmo as básicas, como as usadas pelo activista político Luaty Beirão.

    Sobre o pedido de desculpa apresentado por Paulo de Almeida, que terá sentido o lugar no fio da navalha, não se deve levar a peito. Já aqui escrevi que as coisas só irão mudar quando uma morte de um cidadão representar o lugar de um comandante.
    A vida é única, e tudo pode ser evitado se houver vontade!

    Mariano Brás | In Facebook

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    Presidente da República recomenda aumento da produção de petróleo e gás

    O Presidente da República, João Lourenço, recomendou, esta quinta-feira, em Luanda, ao reconduzido Conselho de Administração da Sonangol, o...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema