A modernização e ampliação da barragem de Kambambe, situado no município com o mesmo nome, província do Kwanza Norte, vai permitir relançar a industrialização do país, sem a emissão de gases com efeitos de estufa.
Esta afirmação é do director técnico da empresa Holísticos – Serviços, Estudos e Consultoria Ambiental, Vladimiro Russo, em entrevista à Angop, no Dondo , no termo de uma palestra sobre o “Impacto ambiental resultante do processo de modernização e ampliação da barragem de Kambambe”, dirigido a membros do Consselho Municipal de Auscultação e Concertação Social de Kambambe, na província do Kwanza-Norte.
Acrescentou que o país poderá vir, igualmente, a beneficiar de créditos de carbono, pela transferência de quota na emissão de gases dos países limitrofes, no âmbito do mercado do carbono criado à luz do protocolo de Quioto.
Vladimir Russo explicou que este crédito vai estimular o crescimento do sector social, a medida em que Angola procura substituir a produção de energia através de centrais térmicas para a produzida por centrais hidroeléctricas.
Disse que tal facto está a ser concretizado com a construção e reabilitação de barragens, que irão funcionar através de um sistema de conexão, entre os eixos norte, centro e Sul.
A empresa Holísticos – Serviços, Estudos e Consultoria Ambiental foi encarregue pelos estudos de impacto ambiental decorrente do processo de modernização e ampliação da barragem de Kambambe, cujo projecto está a ser executado pelo grupo brasileiro “Odebrecht”.
Vladimiro Russo assegurou que a modernização e ampliação da barragem de Kambambe não afectará a qualidade de vida da população ribeirinha do rio Kwanza.
Entre os benefícios directos esperados com as obras de modernização e ampliação da barragem, apontou a absorção de maior volume de água na sua albufeira, por ser a última instalada no perímetro de aproveitamento do médio Kwanza, o aumento da produção energética do país, a criação de dois mil e 700 postos de trabalho directo, entre outros.
A barragem de Kambambe funciona desde a década de 60, com quatro grupos geradores produzindo, actualmente, 180 megawatts (MW), produção que subirá para 260 megawatts com a conclusão das obras de modernização.
O projecto inclui ainda o ateamento da sua queda, passando de 102 para 130 metros e construção de uma segunda central, com uma potência instalada de 700 MW, cujas obras tiveram início em Março de 2009.
Fonte: Angop