A ministra da Família e Inclusão Social enalteceu hoje a importância da mobilização de conhecimentos que cada um tem em diferentes perspectivas para elaborar a estratégia de intervenção, visando a redução de riscos de desastre em Cabo Verde.
Maritza Rosabal, que falava na cerimónia de abertura da formação prática em Avaliação das Necessidades Pós- Desastre (PDNA) e Quadro de Recuperação (DRF), na Cidade da Praia, disse que o encontro pode ser um “importante momento” de aprofundamento e aprendizagem técnica sobre o desenvolvimento de mecanismos e de capacidade que possam aumentar a resiliência e dar respostas as necessidades das populações.
“Seria interessante neste evento reflectir como vamos fazer para dar resposta às populações face as mudanças climáticas, nomeadamente a seca e outros fenómenos naturais”, salientou a ministra.
Segundo a governante, numa situação pós-desastre, a parte infraestrutural é importante, mas, no seu entender também não se pode esquecer, sobretudo, que os processos de recuperação, são sociais.
A erupção vulcânica na ilha do Fogo é um exemplo, acrescentou Maritza Rosabal.
Para a ministra, qualquer aspecto que se vai tratar sobre esta matéria há que ter em conta a realidade social, as práticas e os interesses das populações.
“Porque senão podemos elaborar planos gloriosos do ponto de vista infraestrutural, mas não avançamos muito em termos de recuperação efectiva das populações”, advertiu Maritza Rosabal salientando que o impacto de qualquer desastre natural tem efeitos diferentes nos homens e nas mulheres.
Na ocasião, falou também do inquérito Cadastro Social Único que está a decorrer no país, um instrumento “muito importante” para o desenvolvimento do trabalho dos técnicos que trabalham a área da protecção civil.
Este instrumento, segundo a ministra da Educação e ministra da Família e Inclusão Social, define as áreas de vulnerabilidade, nomeadamente a saúde, habitação, rendimento das famílias, entre outras, que poderão ajudar os técnicos na sua actuação.
O levantamento já foi feito nas zonas que foram consideradas prioritárias pelos municípios, nas ilhas da Boa Vista, Sal, São Vicente, São Nicolau e Fogo.
Neste momento, em parceria com o Serviço Nacional da Protecção Civil está-se a fazer o levantamento das zonas prioritárias na Cidade da Praia.
A formação, que terá a duração de cinco, dias é promovida pelo Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB), em parceria com os Escritórios da CEDEAO para a Redução de Riscos de Desastre e com o apoio técnico das Nações Unidas.
A acção visa capacitar os técnicos nacionais em matéria de redução de riscos de desastre, tendo como estudo de caso as últimas cheias/inundações de Setembro de 2016, na Ilha de Santo Antão. (Inforpress)