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    Mercado com marcas mundiais

    Aquilo que antes apenas se podia ver em revistas e comprar no estrangeiro já é possível adquirir em Angola. Agora, existem lojas, praças e supermercados nas cidades angolanas, onde é possível encontrar as grandes marcas internacionais. Perfumes Paco Rabanne, óculos Vogue e Prada, carros Porshe podem ser comprados no país. Mas o preço exorbitante destas marcas deixa-as fora do alcance da esmagadora maioria dos consumidores.
    Apesar das grandes marcas internacionais já estarem à venda em Angola, nem sempre é fácil encontrarmos aquelas que pretendemos adquirir.
    Mariana Moura, nos seus 72 anos, procura numa das lojas do Belas Shoping o creme de tratamento do rosto da Lancôme, que usa há mais de 30 anos e sempre comprou em Lisboa ou em Paris. “Esta marca francesa é difícil de encontrar no mercado nacional”, disse ao Jornal de Angola, com o invólucro do creme nas mãos com a inscrição da marca para facilitar a procura.
    Mariana confessou que se não encontrar o creme só lhe resta uma única solução: viajar até Lisboa e comprar o produto francês, como fazia durante o período do conflito armado. “Hoje, praticamente já não compro muita coisa no estrangeiro, porque há de tudo um pouco no país. Temos boas marcas de roupa, calçado, perfumes e bijutarias”, salientou, antes de acrescentar que os preços é que muitas vezes “nos afastam da compra dos produtos de qualidade”.
    A Rouge Loja, no Belas Shoping, oferece de tudo um pouco em matéria de perfumes. A supervisora do estabelecimento comercial, Olga Vicente, de 28 anos, explicou à nossa reportagem que foi o “cheirinho bom” que a levou a apostar em marcas de perfume. “A nossa loja tem de tudo um pouco, aquilo que se pode comprar em Lisboa, Paris, Londres ou Tóquio, aqui também temos”, garantiu.
    Olga guia-nos até às prateleiras das marcas de perfumes para homem. “Metade das marcas mais famosas nós temos. Já é possível encontrar nas lojas perfumes que antes só se viam em revistas”, esclareceu, antes de apresentar os perfumes 1-Million e Black XS, da marca Paco Rabanne. As marcas em referência estão no topo e Olga afirma que os jovens procuram esses produtos, a par das novas gamas Decibel e Twin, da Azzaro. A mesma marca de perfume que sai na América, na Europa ou na Ásia entra no mercado angolano algum tempo depois, porque os fabricantes os adaptam ao clima do continente africano.
    O preço dos perfumes para homem variam entre os 5.880 e os16 mil kwanzas, enquanto os de mulher vão de oito mil a 23 mil kwanzas. A comerciante referiu que sãos os jovens que mais compram perfumes, sobretudo nos períodos festivos, para oferecer às amigas, irmãs, colegas ou até mesmo às mães, e preferem as gamas francesas.

    Jóias e relógios

    As grandes marcas internacionais de relógios também já podem ser adquiridas no país. Ana Messani deixou de lapidar diamantes para se dedicar à venda do resultado final das pedras preciosas. Gerente da V Jóias, também no Belas Shoping, a sua loja tem à venda quase todas as marcas internacionais de relógios e jóias, mas os preços vão dos 15 mil aos 900 mil kwanzas. As melhores marcas de relógios suíços, como a Tag e Tissot, preenchem a montra da loja.
    Os fabricados nos Estados Unidos e na Europa, como os Maik Kouse, também ali podem ser adquiridos, tal como os Tag Hener, Mont Blanc, Maurice Lacroix, Porche Design, Versace, Calvin Klein, Michael Kors, DKNY, Armani, Fossil, Ingersoll, Guess, Dolce Gabbana, Seiko DG, Lorus, Hugo Boss, Tekday.
    Ana Messani realça que as melhores marcas são determinadas pelo país de origem e pelos materiais usados no fabrico. Os preços são mais elevados no nosso país, devido às taxas alfandegárias. Alguns artigos que em Angola podem custar 300 dólares, lá fora custam 200. “Mas, ainda assim, temos muita procura”, adianta, acrescentando que são mais os homens que procuram os relógios do que as senhoras.
    “A existência de marcas internacionais no país é bem visível, depois do alcance da paz em 2002”, sublinha.
    À semelhança dos relógios, a variedade de marcas de jóias é uma realidade e o número de ourivesarias aumentou significativamente. A Gio Rodrigues, Kiara, Grimmi, Goms, Eleuterio são as mais procuradas. Um par de brincos da Kiara custa 85 mil kwanzas e um colar da mesma marca 180 mil. Os artigos da Goms são mais caros, com brincos a 120 mil kwanzas e um anel a variar entre os 484 mil e os 700 mil kwanzas. Ana Messani garante que mesmo com estes preços há clientes que fazem o gosto ao bolso.

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    “O que sai na Europa chega ao nosso país em menos de um mês. O preço é que muitas vezes não nos permite adquirir aquilo que pretendemos”, disse Anacleto Francisco, de 28 anos, assistente de vendas.
    O mesmo não se pode dizer quando se trata de calçado ou calças. “Uso qualquer marca, desde que me caia bem”, esclareceu. O elevado preço pelos equipamentos informáticos e carros é a principal razão que o leva a viajar várias vezes até ao famoso mercado asiático: o Dubai. O que lá vai comprar também existe cá, mas o preço é um elemento determinante na escolha do local para a compra de um artigo. A título de exemplo, Anacleto refere que um carro de marca Lexus custa no Dubai 40 mil dólares e em Angola cerca de 180 mil. “Lá, consegui comprar um Grande Cherok e um Aveu. Mesmo com os encargos alfandegários, no país era muito mais caro”, referiu.
    A presença das grandes marcas internacionais no domínio dos óculos, roupa e calçado também é uma evidência. A grande contrariedade é sempre a mesma: o preço. Nem todos podem comprar uma boa marca de óculos, como a Vogue, Prada, Ana Hickmann, Rey Ban, Fredy, Dopante, Tag, Stepper ou Porche.
    Gerusa da Costa, empregada de balcão de uma óptica, queixa-se da pirataria de muitas marcas internacionais.
    Os clientes pouco atentos e com poucos recursos, explicou, muitas vezes recorrem aos vendedores ambulantes para adquirem um par de óculos por o preço ser mais acessível. “Mas, ainda assim, há clientes que procuram a qualidade e a prestação de bons serviços e recorrem ao nosso estabelecimento”, disse.
    Com o objectivo de atender a vaidade dos angolanos, Esmeraldo Chinguto, director da Porsche em Angola, decidiu começar a comercializar Porsches, em 2007.
    Dois anos depois de preencher os requisitos exigidos pela marca e as condições legais que o país impõe, iniciou-se, em Janeiro de 2010, a venda dos modernos e velozes carros alemães. Inicialmente, a empresa teve em stock 23 carros que foram vendidos no mesmo ano. “Em termos de procura tem sido satisfatório”, garantiu.

    A Porsche em Angola

    Quando pretende comprar um carro, o cliente não é obrigado a levar aquele que se encontra no stand. Em vez disso, tem a possibilidade de indicar, através da Internet, o modelo que pretende, a cor e os acessórios a acrescentar.
    O preço varia de acordo com a configuração que o cliente pretende para o seu carro. Os dados são enviados para a Alemanha e em menos quatro meses é fabricado o carro ao gosto do interessado.
    A Porsche fabrica carros de acordo com as temperaturas de cada região e um modelo normal pode custar, no mínimo, 180 mil dólares.
    Pela qualidade, a marca tem uma velocidade que vai até 300 quilómetros por hora. Esmeraldo Chinguto assegura que as estradas nacionais adaptam-se bem a esta marca internacional de carro.

    Fonte: JA

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