Marcelo Rebelo de Sousa disse este domingo duvidar que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, esteja “a controlar mesmo as despesas do Estado”.
“Duvido”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa no seu habitual comentário na TVI, admitindo que isso suceda apenas nos gráficos que Vítor Gaspar manuseia face às discrepâncias entre as previsões do Governo e os resultados.
Marcelo considerou depois positiva a redução de meio ponto percentual no pagamento da contribuição de solidariedade (de 4% para 3,5%), proposta pelo PSD e CDS, mas frisou que, globalmente, a proposta de Orçamento de Estado para 2013 “continua a ser um aumento brutal de impostos”.
Marcelo perguntou depois, face às mais recentes previsões de entidades como o Banco de Portugal ou o Instituto Nacional de Estatística, “porque é que [o Governo] insiste em fazer previsões muito rígidas” numa situação de grande incerteza na Europa e que “são logo desmentidas”, dada a perturbação que isso cria.
Sobre a grave geral de quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a CGTP, o PCP e o BE “estão completamente enganados” se julgarem que, através da mobilização popular, conseguem “criar uma realidade paralela à democracia representativa” para chegar ao poder.
Marcelo assinalou ainda que, ao contrário das anteriores greves de protesto, a de dia 14 “propôs uma alternativa política, económica e social” à protagonizada pelo Governo e pela troika.
“Os portugueses estão revoltados e indignados? Estão. Que o PCP e o BE teriam [em eleições antecipadas] 18% ou 19%? É verdade”, observou o comentador. Mas nem o PS nem o Presidente da República nem os portugueses em geral “darão esse passo”, acrescentou, com base nos resultados das sondagens dos últimos dois meses.
Marcelo considerou ainda que a greve geral de quarta-feira foi negativa para a CGTP (porque a violência tirou visibilidade ao protesto) e para o Governo (pela imagem negativa que deu do País), mas “foi positiva” para a PSP (dada a contenção com que aguentou as pedradas e depois reagiu).
FONTE: DN