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    Manifestação: Comité para a Protecção dos Jornalistas acusa polícia de perseguição e intimidação a jornalistas e exige medidas que garantam a liberdade de imprensa

    O Comité para a Protecção dos Jornalistas (CPJ, sigla em inglês), com sede em Nova Iorque, EUA, critica fortemente a polícia angolana por ter detido, agredido e intimidado jornalistas que estavam apenas a exercer a sua profissão e o dever de informar durante a manifestação de Sábado, 24 e apena às autotridades de Luanda para acabarem de uma vez por todas com a perseguição a jornalistas.

    O CPJ, uma organização independente norte-americana, criada por Walter Cronkite, em 1981, com outros jornalistas e advogados interessados na defesa dos jornalistas e da liberdade de imprensa em todo o mundo, divulgou um extenso comunicado, como faz habitualmente sempre que há jornalistas em perigo ou sob ameaça em todo o mundo, advertindo que a polícia angolana “tem de acabar com as detenções e a perseguição aos jornalistas” permitindo que estes “exerçam a sua profissão em liberdade e sem intimidação”.

    Neste documento, o CPJ começa por explicar o que sucedeu no Sábado, com a detenção despropositada de seis jornalistas, incluindo dois da TV Zimbo (libertados no mesmo dia), da Rádio Essencial, do Valor Económico e da AFP – que acabaram por ser libertados na segunda-feira, ao final do dia, como o Novo Jornal noticiou, mas foram mantidos em cativeiro durante dois dias sem qualquer justificação.

    Depois sublinha a urgência de a polícia angolana parar de uma vez por todas de “intimidar e deter” jornalistas que estão “simplesmente a exercer o seu trabalho, permitindo-lhes reportar o que estão a ver de forma livre”, como o prevê a Constituição.

    Este documento, divulgado na terça-feira, foca a atenção do CPJ nos jornalistas detidos, da Rádio Essencial e do Valor Económico, bem como o motorista, informando que, depois de obter informações dos responsáveis por estes dois media angolanos, os profissionais foram retirados da viatura quando estavam em serviço, apesar de terem mostrado as suas identificações e no momento em que cobriam a manifestação de Sábado, por volta das 10:30.

    Apesar de terem sido libertados na segunda-feira à tarde, os jornalistas passaram cerca de 50 horas encarcerados sem que nada o justificasse, nota o CPJ, embora tenha contactado responsáveis da PN que informaram este Comité sobre as tramitações em curso para a libertação dos jornalistas o mais breve possível de forma a que “tudo ficasse bem” e sem qualquer acusação.

    O CPJ sublinha ainda a inapropriada detenção de dois jornalistas da TV Zimbo, quando, já sob custódia policial, foram obrigados a apagar imagens previamente recolhidas da manifestação, tendo sido libertados nesse mesmo dia sem qualquer acusação, tal como dois jornalistas da AFP, que foram mesmo agredidos pelos agentes da PN que os detiveram sem justificação.

    Neste particular, o Comité para a Protecção dos Jornalistas sublinha que os agentes que detiveram os jornalistas da agência de notícias francesa insistiam que as credenciais não chegavam, exigindo-lhes uma autorização especial para cobrir aquela manifestação, demonstrado uma clara falta de noção sobre os direitos e deveres dos jornalistas e da própria lei.

    Estes dois jornalistas acusam a polícia de os ter agredido com violência.

    Ao CPJ, numa declaração enviada por escrito, o director do Departamento África da AFP, Boris Bachorz, disse que a agência “condena de forma veemente” a acção policial angolana e apela a que as autoridades de Luanda garantam condições para que os jornalistas possam trabalhar sem estarem sob ameaça e sem temer represálias.

    Neste documento, o CPJ cita ainda o secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos, Teixeira Cândido a exigir que a polícia justifique o porquê de permanentemente desrespeitar os direitos dos jornalistas e a garantia constitucional de liberdade de imprensa.

    O CPJ foi criado em 1981, por Walter Cronkite, em reacção à perseguição do jornalista paraguaio Alcibiades González Delvalle, criando uma rede global de correspondentes que estão na primeira linha da defesa da liberdade de imprensa e na protecção e denúncia de detenções e perseguição a jornalistas em todo o mundo.

    É actualmente uma das mais prestigiadas e independentes organizações globais de defesa da liberdade de imprensa, com grande capacidade de influência e pressão sobre regimes que não respeitam a liberdade de imprensa e perseguem jornalistas.

    Walter Leland Cronkite Jr. foi um jornalista da CBS NEWS durante 19 anos, ao longo dos anos de 1960 e 1970, obtendo, através do seu trabalho, e confirmado numa sondagem nacional, o cognome de homem mais confiável dos EUA pela sua verticalidade e honorabilidade profissional

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    FonteNJ

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