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    Kwanza Sul: Controvérsia em redor de negócio da filha do governador

    O governador do Kwanza Sul Eusébio de Brito Teixeira negou ter estado envolvido num contracto com uma companhia da sua filha para o fornecimento de carteiras escolares que não foi cumprido.

    Mas o antigo director provincial da educação disse que discutiu por várias vezes com o governador o facto da companhia não estar a cumprir o acordado.

    Ambos concordam no entanto que a quantia em causa foi reposta.

    O contracto com a empresa Kalendula da filha do governador envolve um montante total de 50 milhões de Kwanzas para o fornecimento de carteiras escolares.

    O governador disse que “o contrato não foi feito com o governador, nem com o governo, foi com a direcção da educação e nem a própria direcção da educação tinha essa competência portanto, está fora do meu âmbito”.

    “A minha filha é maior, é cidadã, pode fazer contractos mas, não tem nada a ver com o governador. O pai não caucionou nada”, disse Brito Teixeira para quem perguntas sobre o contracto deveriam ser dirigidas ao antigo director da educação.

    O governador fez notar que o valor global do contracto não tinha sido disponibilizado e que a sua filha já tinha reposto o que tinha sido avançado, acrescentando novamente que não sabia do contracto que “para mim foi surpresa”.

    “Ela falou com o director, o director é responsável. O director pensava que só pelo facto de serem unidades orçamentais, que podia fazer aquele tipo de contrato, quando os valores que recebeu eram para apoiar as actividades escolares e não para fazer aquele tipo de contratos, isso é que é verdade, a pura verdade é essa, fez à margem do governador”, disse.

    Mas o ex director provincial da educação e agora docente Francisco de Figueiredo Júnior negou que o governador desconhecesse o contracto afirmando que o seu departamento nunca poderia fazer um contrato com a empresa sem o conhecimento do governador.

    “Todos os meses para nós podermos distribuir os valores constantes da quota financeira, fazíamos um programa e sua excelência senhor governador é que visava por isso, logo à partida se compreende que o contrato foi sim do conhecimento de sua excelência senhor governador”, disse acrescentando que o contracto tinha sido feito de acordo com a lei.

    Francisco de Figueiredo confirmou que nem toda a quantia do contracto tinha sido entregue porque depois de terem sido efectuados dois pagamentos “vimos que o outro lado não estava cumprir então, começamos a elaborar cartas de cobrança”.

    “Devo também aqui dizer que algumas vezes conversamos pessoalmente com sua excelência senhor governador no sentido de persuadir a empresa para de facto fazer entrega desses materiais”, afirmou confirmando depois que todos os fundos entregues foram devolvidos.

    O antigo director provincial da educação contradisse também o governador na questão do uso apropriado dos fundos afirmando que o contracto estava inserido em actividades escolares.

    Francisco de Figueiredo lamentou que toda esta questão estivesse a ser discutida em público já que “achamos que há fóruns próprios onde nós devemos tratar do assunto até porque somos detentores de situações sigilosas que não gostaríamos que fossem resolvidas neste fórum”. “Lamentamos mas, contudo o direito de resposta nos obriga de facto a vir a público também e dizer realmente o quê que se passou”, acrescentou. (VOA)

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