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    Kwanza aprecia-se pela primeira vez face ao Dólar

    A moeda nacional, Kwanza, registou nesta quarta-feira, em mais uma sessão de leilão do BNA, a sua primeira apreciação face ao Dólar norte-americano, valendo agora 302,416/USD, contra os 304,049/USD transaccionado no último leilão, realizado segunda-feira (08).

    Trata-se da primeira apreciação do Kwanza face ao Dólar, desde que começou a vigorar o regime de câmbio flutuante, a 9 de Janeiro último, quando o BNA adoptou a moeda europeia, EURO, como referência do mercado de câmbio.

    Na sua 53ª sessão de venda de divisas em leilão aos bancos comerciais, o BNA disponibilizou nesta quarta-feira 50 milhões de euros ao mercado primário, mas só colocou 16,255 milhões de euros (32,51%), tendo o Kwanza mantido o câmbio de 349,179/Euro.

    Neste leilão, o Kwanza continua a acumular uma depreciação de 46,9% desde Janeiro último.

    Em declarações à Angop, a propósito da apreciação do Kwanza face ao Dólar, o economista Estêvão Catunda apontou a possibilidade da redução no nível de procura de divisas pelos agentes económicos, devido às dificuldades e os constrangimentos que tinham para obter moedas estrangeiras a partir da banca, como um dos factores que terá influenciado.

    “O que terá acontecido é que ao longo de muitos meses, os agentes económicos tiveram muitas dificuldades em obter as divisas, e por conta disso alguns declinaram a procura de moeda estrangeira na banca, facto que impulsionou a maior oferta/disponibilidade de cambiais no mercado”, explicou.

    Outro factor que também poderá ter influenciado na apreciação do Kwanza é a retoma dos bancos comerciais na venda de divisas aos agentes económicos, função que até Setembro último era exercida pelo Banco Central, bem como o possível aumento na oferta de divisas, resultante da subida do preço do barril de petróleo no mercado internacional, segundo o especialista.

    Para Estêvão Catunda, a tendência da apreciação da moeda nacional, que também resulta da intervenção do Banco Central no mercado cambial, poderá durar apenas três meses (curto prazo), porque neste período possivelmente os bancos comerciais poderão ter maior oferta de divisas do que a procura dos agentes económicos, mas quando as pessoas que eventualmente tinham desistido do mercado cambial retomarem as suas actividades, o Kwanza poderá depreciar-se face ao Dólar a uma taxa reduzida no curto e longo prazo.

    Este facto poderá acontecer, justificou, porque a estrutura económica do país ainda é muito dependente de factores exógenos (externos) e centrada na importação de bens de primeira necessidade, usando maioritariamente o Dólar.

    “O actual contexto económico que Angola vive não é favorável apreciar em demasia o Kwanza, porque o país precisa primeiramente captar investimentos externos para alavancar a economia nacional e conquistar a almejada independência económica”, concluiu.

    Paralelamente à apreciação do Kwanza face ao Dólar, é também pela terceira vez deste mês que o montante disponibilizado pelo Banco Central angolano não foi adquirido na totalidade pelos cinco bancos comerciais que participaram no leilão, uma vez que dos 50 milhões de euros disponíveis, apenas foram vendidos 16,255 milhões de euros, o que representa a pior taxa de colocação de divisas (32,51%).

    A primeira vez que este facto aconteceu foi nos leilões dos dias 03 e 05 deste mês, quando o BNA disponibilizou 100 milhões de euros, tendo colocado, no primeiro, 74,53 milhões de euros, e, no segundo, 55,55 milhões de euros, respectivamente.

    No início de Outubro, o BNA anunciou que, para este mês, vai colocar no mercado primário 650 milhões de dólares (552,5 milhões de euros) em divisas distribuídas por 14 sessões, tendo, desde 01 de Outubro disponibilizado já 266,326 milhões de euros.

    Segundo o Banco Central, o montante será colocado por via de leilões de preços, na venda de divisas, e da quantidade, no caso dos “plafonds” para cartas de crédito.

    Após a quinta sessão de Outubro, os restantes nove leilões deste mês serão realizados nos dias 12, 15, 17, 19, 22, 24, 26, 29 e 31.

    Em Setembro, o banco central anunciou que, a partir de 01 de Outubro, deixaria de proceder à venda directa de divisas, pelo que as solicitações de compra de moeda estrangeira devem voltar a ser unicamente apresentadas aos bancos comerciais autorizados. (Angop)

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