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    Kakuma, o campo de refugiados com negócios que movimentam milhões

    As comunidades de refugiados representam uma oportunidade para o investimento privado, sugere um estudo do Banco Mundial que avaliou o impacto económico do campo de Kakuma, no Quénia, em 56 milhões de dólares anuais.

    Kakuma tem um setor privado “informal e “vibrante” constituído por mais de 2000 empresas geridas por refugiados e quenianos, incluindo 14 armazens grossistas, indica o relatório do IFC (uma instituição do Banco Mundial vocacionada para o setor privado nos países em desenvolvimento) e da agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

    O estudo, datado de maio de 2018, concluiu que a despesa das famílias no campo e localidades vizinhas totaliza pelo menos 56 milhões de dólares (48 milhões de euros) por ano, metade dos quais gastos em bens de consumo como alimentação e produtos de higiene pessoal.

    Cerca de 7 em dez residentes têm telemóvel, tornando este mercado particularmente atrativo para os serviços bancários móveis, acrescenta o documento.

    O relatório foi feito com base nos dados relativos a gastos e preferências dos consumidores, literacia financeira, acesso ao financiamento, telecomunicações e propriedade de empresas de 1400 famílias de refugiados e localidades próximas de Kakuma e defende que o investimento privado deveria ser estimulado através de novos modelos de financiamento, incluindo o co-financiamento com matching funds (fundos equivalentes) que permite combinar empréstimos sem juros e subsídios.

    Apesar das limitações práticas e legais que os refugiados enfrentam -incapacidade de terem um emprego formal, deslocarem-se ou serem proprietários — cerca de 12% dos refugiados inquiridos identificaram-se como donos de um negócio ou trabalhadores por conta própria.

    Os negócios satisfazem as necessidades locais dos residentes de Kakuma, fornecendo alimentos, produtos de higiene, telemóveis e outros bens.

    Este é o primeiro estudo em que o enorme campo de refugiados, criado em 1992 e onde vivem atualmente 180 mil pessoas, é analisado como um mercado.

    Segundo o documento, “avaliar o campo como um mercado promove a autoconfiança e integração socioeconómica entre refugiados e as comunidades de acolhimento, dando mais poder a ambos”, mostrando que os refugiados não são meros recetores passivos de ajuda, mas contribuem para as atividades económicas das comunidades locais.

    O IFC e o ACNUR consideram que se o setor privado encarar Kakuma como uma oportunidade de mercado poderá fornecer soluções de longo prazo para os refugiados, apoiando os negócios locais e aumentando as oportunidades de trabalho, e contribunido para expandir os serviços em áreas como a saúde, energia, habitação e educação.

    Kakuma vai acolher o primeiro evento TEDx, associado às conferências TED, no próximo sábado. O objetivo é mostrar uma perspetiva diferente e positiva deste campo e dos seus habitantes. (Notícias ao Minuto)

    por Lusa

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