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    Irão: Governo diz que vai fazer proposta irrecusável sobre o seu programa nuclear

    Kerry e Zarif em Nova Iorque, em Setembro (Foto: AFP)
    Kerry e Zarif em Nova Iorque, em Setembro (Foto: AFP)

    As negociações dos 5+1 decorrem terça e quarta-feira em Genebra.

    O governo de Teerão tem uma proposta concreta a fazer ao grupo de cinco países que, a partir de terça-feira, começam a negociar o programa nuclear iraniano. O plano, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Abbas Araghchi, é irrecusável.

    O encontro dos 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, China e Rússia + Irão) tem lugar em Genebra, na Suíça, por iniciativa de Teerão. “Espero que possamos chegar a um plano de acção até quarta-feira, mas será provavelmente necessária uma segunda reunião ministerial”, escreveu Mohammad Javad Zarif , o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, no Facebook.

    A delegação iraniana será chefiada pelo próprio Zarif, mas as negociações vão ser conduzidas por Araghchi. “Se for preciso, irei intervir”, disse Zarif, citado pela AFP.

    O Governo de Teerão não revelou detalhes sobre o que vai propor aos cinco países no encontro, mas o vice-ministro deixou algumas pistas. “Não permitiremos, em caso algum, que o enriquecimento de urânio seja suspenso, parado ou cancelado. Mas podemos, em contrapartida, discutir o nível, a forma e a quantidade do enriquecimento”. O vice-ministro adiantou ainda que Teerão não permitirá que “nem um grama desse urânio” saia do país – “temos os olhos bem abertos”.

    O encontro de Genebra surge na sequência do desanuviamento das relações entre o Irão e o resto do mundo que começou após a chegada à presidência de Hassan Rohani, considerado um moderado. Rohani anunciou pretender acabar com o isolacionismo internacional do Irão, retomando relações diplomáticas com vários países, entre eles os Estados Unidos e o Reino Unido. Falou também em negociações sobre o programa nuclear iraniano, na base das duras sanções ocidentais que estrangulam há anos a economia do país – o Ocidente considera que o programa nuclear tem uma finalidade militar, Teerão responde que tem fins apenas civis.

    As negociações sobre o programa nuclear iraniano tinham sido suspensas em Abril e a sua reabertura foi negociada em Setembro em Nova Iorque, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.

    A Agência Internacional de Energia Atómica, num relatório publicado no final de Agosto, diz que o Irão tem 6774 quilos de urânio enriquecido a 3,5% e 186 quilos enriquecido a 20%. O urânio enriquecido a 20% já poderá ser usado para fins militares. O documento diz que o Irão transformou 187 kg de urânio enriquecido a 20% em barras de combustível e que neste país 19 mil centrifugadoras (essenciais no processo de enriquecimento do urânio), mil delas de nova geração, ou seja mais potentes do que as anteriores.

    Araghchi voltou a dizer que o seu país tem uma “linha vermelha” quanto ao enriquecimento de urânio – o centro das inquietações do Ocidente. E prosseguiu as suas declarações aos jornalistas à partida para Genebra considerando que leva um plano de acção “que foi preparado de forma a que não haverá base para a sua rejeição”.

    “Os nossos olhos tambem estão bem abertos”, respondeu-lhe o secretário de Estado americano, John Kerry. “Enquanto procuramos uma solução pacífica para o programa nuclear iraniano, queremos que as palavras [dos iranianos] sejam acompanhadas de acções”, disse o repsonsável pela diplomacia americana, concendendo que a “janela diplomática” nunca esteve “tão aberta” como agora no Irão. Disse estar “optimista” sobre a reunião dos 5+1 de terça e quarta-feira em Genebra. (publico.pt)

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