A França está em estado de choque com a morte de Samuel Paty, um professor assassinado na sexta-feira por ter mostrado caricaturas de Maomé numa aula sobre liberdade de expressão
A França presta amanhã uma homenagem nacional a Samuel Paty, no pátio da Universidade Paris Sorbonne. O governo francês condenou o “assassínio bárbaro” do professor francês.
“A escola foi atacada e com ela os valores republicanos, que já têm sido atacados há bastante tempo”, lembra Miguel Guerra, Professor de história na Secção internacional de Português no Lycée de St.-Germain-en-Laye.
“Depois da homenagem desta quarta-feira existe a necessidade de que o Estado e a Sociedade Civil pense sobre os valores e símbolos da República: liberdade, igualdade, fraternidade, laicidade. E pense sobre o que significa em termos teóricos, mas sobretudo na sua aplicação prática do dia-a-dia”, descreveu o docente.
Esta manhã, a ministra responsável pela Cidadania, Marlène Schiappa, recebeu dirigentes de diferentes redes e plataformas sociais; Twitter, Facebook ou Snapchat para abordar o tema da luta contra a propagação do fundamentalismo islamita.
Esta terça-feira, pelo menos 16 pessoas, incluindo quatro estudantes, estão detidas pela polícia e a ser interrogadas pelas autoridades anti-terrorismo para tentar estabelecer um elo entre estes suspeitos e o alegado homicida, que acabou por morrer baleado pela polícia.
No próximo 2 de Novembro, no regresso escolar, todas as escolas vão observar um minuto de silêncio em memória de Samuel Paty e os alunos que não o respeitarem serão sancionados.
“Pode haver muita gente que não concorde com este minuto de silêncio. A crença, fé religiosa não tem lugar dentro da escola pública. As pessoas têm o direito de discordar, mas terão de discordar em silêncio”, afirma.