Sexta-feira, Maio 17, 2024
14.4 C
Lisboa
More

    Gabão: Golpistas anunciam reabertura das fronteiras com efeito imediato

    Os militares golpistas que destituíram Ali Bongo do poder no Gabão anunciaram a reabertura das fronteiras com efeito imediato, três dias após o seu encerramento, a fim de promover a “continuidade do Estado”.

    Esta decisão surge dois dias antes da tomada de posse como presidente de transição do general Brice Oligui Nguema, marcada para segunda-feira, para um mandato cuja duração não foi especificada.

    O novo homem forte do Gabão prometeu na sexta-feira uma nova Constituição e um novo código eleitoral, fechando assim a porta aos principais partidos da antiga oposição que o instaram a devolver o poder aos civis e entregá-lo a Albert Ondo Ossa, que ficou em segundo lugar nas eleições presidenciais de 26 de Agosto, que considerou fraudulentas.

    Na semana passada, os militares tomaram o poder menos de uma hora depois do anúncio da reeleição do Presidente Ali Bongo Ondimba, alegando que os resultados das eleições presidenciais tinham sido alterados, e que o seu regime era marcado por uma “governação irresponsável e imprevisível”.

    A decisão de reabrir as fronteiras foi tomada para “preservar o respeito pelo Estado de Direito, as boas relações com os nossos vizinhos e todos os Estados do mundo”, justificou o coronel Ulrich Manfoumbi Manfoumbi, porta-voz da Comissão para a Transição e Restauração das Instituições (CTRI), em comunicado lido na televisão estatal.

    Manfoumbi também sublinhou a “firme vontade” dos militares de manter os compromissos internacionais em um comunicado lido na televisão estatal.

    Oligui Nguema tinha prometido na sexta-feira instituições “mais democráticas” que respeitem os direitos humanos, mas sem pressa, depois de reuniões realizadas nos últimos dias com partidos, corpo diplomático, organizações internacionais e doadores.

    O General Oligui também visou a corrupção do antigo poder de Bongo, cuja família governou este pequeno estado africano rico em petróleo durante mais de 55 anos.

    As autoridades, no entanto, não levantaram o recolher obrigatório parcial que continua em vigor em todo o território, mas “os viajantes que chegam Gabão ou que pretendam partir estarão autorizados a viajar mediante apresentação do documento de viagem”, especificou Manfoumbi Manfoumbi.

    Na sexta-feira, as actividades de cerca de 400 soldados franceses, permanentemente estacionados no Gabão no âmbito da cooperação militar bilateral, foram suspensas “enquanto aguardam a clarificação da situação política”, declarou o ministro francês da Defesa, Sébastien Lecornu, em entrevista ao jornal Le Figaro publicada na noite de sexta-feira.

    Lecornu fez questão de diferenciar entre os golpes de Estado no Gabão e no Níger no final de Julho.

    “A França condena todos os actos de força (…) No entanto, não podemos equiparar a situação do Níger, onde militares ilegítimos depuseram um presidente legitimamente eleito, com a do Gabão, onde o motivo apresentado pelos militares é precisamente o não cumprimento com a lei eleitoral e a Constituição. Porque de facto, e peso as minhas palavras, há dúvidas sobre a transparência das eleições neste país”, afirmou.

    Publicidade

    spot_img

    POSTAR COMENTÁRIO

    Por favor digite seu comentário!
    Por favor, digite seu nome aqui

    Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Fica a saber como são processados os dados dos comentários.

    - Publicidade -spot_img

    ÚLTIMAS NOTÍCIAS

    TSE suspende julgamento de ações que pedem cassação de Moro por atos na pré-campanha em 2022; caso será retomado na 3ª

    O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) suspendeu nesta quinta-feira o julgamento das ações que pedem a cassação do senador Sergio...

    Artigos Relacionados

    Social Media Auto Publish Powered By : XYZScripts.com
    • https://spaudio.servers.pt/8004/stream
    • Radio Calema
    • Radio Calema