Emmanuel Macron anunciou esta noite o desconfimento total de Paris e arredores a partir de segunda-feira. A partir de 15 de Junho, todo o território francês, à excepção de Mayotte e da Guiana, será classificado como zona verde, o “que vai permitir a retoma do trabalho e a reabertura dos cafés e restaurantes” na região de Paris.
Na sua alocução ao país, o chefe de Estado avançou, igualmente, com a reabertura das escolas sem restrições de número de alunos a partir de 22 de Junho, “de forma obrigatória e segundo a regras de presença normais”.
Sobre a segunda volta das eleições autárquicas, o Presidente francês assegurou a votação como previsto a 28 de Junho, mas lembrou a necessidade de “evitar ajuntamentos”, uma vez que “são propícios para a propagação do vírus”. A campanha eleitoral para a segunda volta das eleições autárquicas começa amanhã.
Emmanuel Macron, também, avançou que as visitas a lares e casas de acolhimento de pessoas idosas serão autorizadas a partir de amanhã.
A prioridade para os próximos anos passa por uma “economia forte, ecologia, soberana e solidária” e para tal é necessário que os franceses “tenham a sua independência, para poderem viver felizes e para viverem melhor”, sublinhou.
Para já fica excluído um aumento de impostos para financiar as despesas ligadas à crise. Macron relembrou que “500 mil milhões de euros” foram gastos para fazer face à pandemia, devidamente justificados pelas “circunstâncias excepcionais”, mas que “contribuem para o aumento da dívida já existente”. Porém, assegura que o país “não vai financiar as despesas [da crise] com o aumento de impostos”. Acrescentando que a única resposta possível é a “construção de uma economia duradoura e forte, trabalhar e produzir de forma a não depender de outros”.
Na sua alocução, Macron defendeu que a organização do Estado deve ser repensada e “melhorada”, apostando na “descentralização”. O presidente da República volta a falar ao país no mês de Julho, altura em que irá detalhar “este novo caminho e lançar as primeiras acções.
“Temos pela frente desafios históricos. Para os ultrapassar não podemos esquecer as nossas forças, a nossa história, juventude, sentido de trabalho, compromisso, vontade de justiça, capacidade de criar para viver e mudar o mundo, a nossa benevolência”, evidenciou.
No dia seguinte às manifestações contra o racismo e as violências policiais em França, Macron prometeu “novas decisões fortes para a igualdade de oportunidades”, assegurando que o Estado será “intransigente face ao racismo, antissemitismo e às discriminações”. Polícias e guardas “merecem o apoio do Estado e o reconhecimento da nação”.
O chefe de Estado francês acrescentou ainda que “ a República não apagará nenhum nome ou período da sua história”.