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    Especialistas não acreditam na rotura de relações económicas entre Angola e Israel

    Os economistas José Severino e João Zumba acreditam que as relações económicas entre Israel e Angola não serão afectadas com a actual crise diplomática entre os dois países.

    As relações diplomáticas entre Angola e Israel poderão até ficar “beliscadas”, mas a parceria económica entre os dois países se manterá, segundo afirmação do presidente da Associação Industrial de Angola (AIA), José Severino. Caso de facto aconteça o corte nas relações entre os dois países, José Severino entende que Israel perde mais do ponto de vista económico, pois Angola poderá procurar alternativas. “Eu penso que mesmo que haja suspensão relações diplomática, a actividade económica vai continuar”, disse.

    José Severino afirmou ser necessário que Angola resolva o caso com frieza, mas também entende que a iniciativa deve vir por parte dos israelitas. Reconhece que o governo de Israel poderá fazer toda pressão sobre Angola, mas entende que em contrapartida os operadores económicos israelitas em Angola irão fazer pressão sobre o seu governo.

    Assim, considera esta fase, um período de turbulência, mas que o equilíbrio e o bom senso irão prevalecer entre os dois países. “Portanto acho que não haverá ruptura. Haverá alguma dificuldade mas as relações vão retomar a breve trecho”, disse. Concernente ao programa de ajuda de Israel à Angola, o presidente da AIA disse passarem por mecanismos financeiros que eventualmente não estão sediados em Israel. “Trata-se de capital israelita mas que está sediado noutros países”, disse.

    “A questão que se põe é Jerusalém e os seus Colonatos, um problema melindroso que só a jurisprudência internacional poderia classificar se Israel está cometer o acto de ocupação ilegal de terra ou se não está. A presunção é que está. Nessa questão dos colonatos a sensibilidade caí sempre a favor dos palestinianos”, disse. A consolidação das relações entre Angola e Israel estendem-se por vários domínios, nomeadamente técnico, científico, cultural, sendo que a posição das empresas israelitas são também relativamente sólidas no domínio dos diamantes. O início das relações entre Angola e Israel tiveram início em 1993. Dois anos depois, em 1995 o Estado de Israel abriu a sua Embaixada em Luanda e, em 2000, Angola abriu a sua representação diplomática em Tel Aviv.

    Para o economista João Zumba Israel não terá capacidade de retaliar contra todos os países que votaram a favor da resolução da ONU que condenou a construção de colonatos na Cisjordânia e na Palestina. João Zumba disse que Angola sempre esteve com os palestinianos, mas as boas relações com Israel é que fizeram manter a sua posição até que hoje mudou. O economista referiu ser necessário que Angola se mantenha calma porque acredita que Israel não vai avançar com as suas ameaças. “Nós precisamos de Israel como precisamos da China e de outros países, ou seja precisamos de todos. A nossa economia só será forte se cooperarmos com todos países do mundo”, referiu.

    O especialista entende que Israel não vai passar das ameaças. “Não acho que Israel vá viver sem o apoio dos EUA, ou dos Russos”, disse, acrescentando que Israel não só apoia Angola como também recebe apoio político de Angola. O Estado de Israel e as empresas israelitas investem em Angola com o objectivo de reforçar a cooperação entre dos dois países em várias áreas. Hoje esta cooperação consiste sobretudo em programas nas áreas da agricultura, saúde, educação, aviação, construção civil, pescas, diamantes, segurança e telecomunicações. Além de Angola, a Rússia, França, Espanha, Reino Unido, China, Japão, Egipto, Uruguai, Ucrânia, Senegal e Nova Zelândia. Malásia e Venezuela, também promoveram a resolução.

    Bloco Democrático quer maior esclarecimento do MIREX

    O Bloco Democrático quer esclarecimento por parte do Ministério das Relações Exteriores (MIREX) relativamente a posição de Angola face decisão do governo israelita em suspender as relações com os países, entre os quais Angola, que votaram a favor da resolução da ONU que condenou a construção de colonatos. Anunciou a O país, Filomeno Vieira Lopes, secretário-geral do partido. Para o economista o comunicado do MIREX não é muito esclarecedor sobre o facto de Israel retirar ou não o seu embaixador. Referiu também que a nota apresentou um problema burocrático, nomeadamente a falta de uma Nota Verbal por parte de Israel, mas que não transmite a informação.

    “O comunicado é confuso e não explica como é que as coisas vão se passar. O MIREX deveria ter emitido um comunicado mais claro e explicito sobre esta situação”, disse. Filomeno Vieira Lopes exemplificou o facto de o secretário de Estado dos EUA ter-se referido sobre o assunto numa explicação que durou mais de uma hora. “Nós temos fortes relações com Israel no domínio agrícola, das telecomunicações, no domínio dos diamantes e da segurança.

    São no mínimo estes quatro sectores que poderão ser afectados, por isso é necessário uma certa diplomacia, no sentido de conter a decisão de Israel”, disse. O economista disse que diante da situação económica que se vive no país o romper das relações com Israel poderá afectar sobretudo o sector agrícola, por entender que para os outros domínios poderá haver alternativas. Filomeno Vieira Lopes disse que o governo deve explicar porque Angola votou deste modo; que posição Israel disse que vai tomar relativamente a posição de Angola e qual a posição de Angola nesta matéria. (OPAIS)

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