O Presidente da República deu posse ontem aos governadores provinciais. Numa cerimónia simples, com a presença do Vice-Presidente da República, ministros e membros do seu gabinete, José Eduardo dos Santos cumprimentou cada um dos governadores, a quem desejou êxitos nas tarefas que lhes foram confiadas.
O Jornal de Angola ouviu alguns dos governadores empossados, logo após a cerimónia. Norberto Fernandes dos Santos, de Malange, disse que nos próximos 90 dias vai dedicar-se a “conhecer melhor a província e os responsáveis”, de modo a preparar uma “governação dialogante e participativa”.
O novo governador de Malange disse estar disposto a “aprender com o que foi feito pelo anterior governador” e lançou, por outro lado, um apelo aos investidores para que apostem no turismo na terra da palanca negra gigante. “Malange tem condições para oferecer muitos bons momentos de turismo, por isso quero convidar os investidores, quer nacionais quer estrangeiros, a apostarem no sector, que vai trazer muitos benefícios para a província”, declarou.
Requalificar Mbanza Congo
José Joanes André, da província do Zaire, prometeu direccionar as atenções ao sector social, elegendo a saúde, a educação, acesso à água e a recuperação de infra-estruturas como principais prioridades. Para já, disse, vai estar concentrado a preparar um plano minucioso com vista a “atacar” os problemas básicos que as populações enfrentam.
“Há um programa de governo muito claro, que foi amplamente apresentado a todos os angolanos, e com base nele vamos preparar agora um mais detalhado para a nossa província, de curto, médio e longo prazos, com um levantamento das questões sociais mais básicas da província”, disse o governador José Joanes André, tendo adiantado que a capital, Mbanza Congo, carece de ser requalificada.
“A esse propósito vamos elaborar um programa muito claro, que vai ser discutido de forma franca e ampla com toda a comunidade, com os quadros da província do Zaire e do país”, afirmou.
Caminho está definido
A nossa reportagem também ouviu a governadora de Cabinda, que começou por adiantar que já “existe um caminho definido”. Aldina Matilde Barros da Lomba disse que a orientação do líder do Executivo vai no sentido de trabalhar no reforço do programa de combate à fome e à pobreza e na melhoria das condições de vida da população.
“A nossa missão agora é implementar o programa de governo do MPLA, tornar real tudo aquilo que nós apresentamos aos nossos eleitores e que é um compromisso do Executivo para o período 2012/2017”, disse a governadora, que aproveitou para tocar na medida anunciada pelo líder do Executivo de voltar a colocar à disposição do governo de Cabinda 10 por cento das receitas fiscais do petróleo ali explorado.
“Nós estamos a trabalhar já com os órgãos da coordenação económica para que realmente esta promessa seja o mais rapidamente cumprida, porque vai servir, sobretudo, para melhorar as condições das vias de acesso, atacar o problema do emprego para a juventude e sobretudo darmos respostas às questões de assistência e reinserção social de que a nossa população vulnerável ainda necessita”, declarou a governadora. O governador de Luanda também falou para a reportagem do Jornal de Angola sobre as prioridades do seu mandato. Bento Bento referiu-se a um programa de organização urbana, que vai permitir estancar a ocupação anárquica de terrenos, através da atribuição de lotes a quem queira construir. Quanto ao casco urbano, Bento Bento prometeu “algumas medidas” para disciplinar o chamado “comércio de chão”. “Nós verificamos que muitas pessoas abandonam os seus bairros e vêm para as ruas de Luanda fazer o seu comércio, obstruindo ruas, passeios. Vamos ter que disciplinar”, declarou.
O governador de Luanda lamentou que luandenses insistam em ocupar estradas, passeios, obstruindo vias públicas, numa altura em que o Governo da província está a construir mais de 30 mercados municipais, populares e de peixe. “Vamos dialogar com as pessoas e disciplinar este aspecto”, disse.
Recolha de lixo
Bento Bento aproveitou para anunciar os novos moldes de relacionamento entre o GPL e as operadoras de recolha e tratamento de lixo. O governador pretende acabar com o actual cenário, em que se notam discrepâncias entre o espaço de actuação atribuído e a capacidade real das operadoras.
“Vamos passar a fazer contratos por área limpa. O que quer dizer que cada operadora vai passar a ocupar-se da varredura, da recolha e da lavagem de passeios e recebe por este trabalho”, disse o governador, que não se esqueceu de avisar que “o sistema de fiscalização vai levar a que as operadoras sejam penalizadas pelos incumprimentos”.
Bento Bento também falou do programa de compra de lixo, que tem mostrado bons resultados nos municípios do Cazenga e de Viana, mais concretamente na zona do Zango. “Vamos estender o programa pelos demais bairros, o que quer dizer que a população poderá, através da venda de lixo ao Estado, ajudar a tornar Luanda mais limpa”, sustentou.
FONTE: JA
