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    Eleições na Guiné-Bissau: Presidente da CEDEAO inicia visita ao país

    O presidente da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou, inicia visita neste domingo (03.3) à Guiné-Bissau no âmbito do processo para as eleições de 10 de março. Eleitores fora de Bissau esperam “estabilidade” após legislativas.

    Segundo avança a DW África, o presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), Jean-Claude Kassi Brou, inicia neste domingo (03.3) uma visita à Guiné-Bissau no âmbito do acompanhamento do processo para as eleições legislativas de 10 de março.

    Num comunicado divulgado à imprensa, a organização refere que “a deslocação do Presidente Brou inscreve-se na dinâmica de acompanhamento das eleições legislativas na Guiné-Bissau, cujo escrutínio está aprazado para o dia 10 de março, eleições essas que a CEDEAO atribui uma importância capital”.

    Durante a sua estada em Bissau, Jean-Claude Kassi Brou vai reunir-se com as autoridades guineenses e outras entidades ligadas ao processo eleitoral em curso na Guiné-Bissau.

    Na última cimeira de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, realizada em dezembro, a organização ameaçou impor sanções a quem tentasse criar obstáculos à realização de legislativas na Guiné-Bissau, depois de as eleições terem sido adiadas de 18 de novembro para 10 de março.

    Desde então, missões da organização têm visitado regularmente o país para acompanhar o processo eleitoral.

    “Estabilidade”

    Com as eleições no horizonte, os guineenses, em Lisboa, querem acreditar que desta vez o país encontrará o rumo para a estabilidade, porque, segundo adiantam, o povo já “sofreu muito” e precisa “de normalidade”.

    Para Flaviano Fonseca, 49 anos, a viver há 31 anos em Portugal, a hora é “de mudança”. O guineense, que desde que chegou a esse país europeu nunca mais regressou à Guiné-Bissau, faz por isso, questão de votar.

    Acabado de chegar a Lisboa, Jorge Cafuca Banda, um funcionário do Ministério das Finanças guineense, não vai votar nas eleições legislativas marcadas para 10 de março. Em declarações à agência Lusa, explica que não conseguiu antecipar o voto antes de sair do país e que só regressará já depois das eleições.

    Ainda assim, não tem dúvidas de que a solução para a Guiné-Bissau “passa necessariamente” pelo escrutínio do próximo fim de semana. “Temos de voltar à normalidade e com isso [eleições] penso que o país estará em condições de sair da situação em que se encontra”, diz.

    Por sua vez, o analista político guineense Rui Landim disse neste domingo (03.3) que as eleições legislativas de 10 de março são determinantes para o futuro da Guiné-Bissau, que, segundo o mesmo, ou “sobrevive ou afunda-se”.

    “É um país que desde 1998 andou de transição em transição. Transições infindáveis, diria mesmo transição eterna, porque entre várias questões de ordem estrutural há esta questão de repor os ‘objetos nos devidos lugares’ e não está a ser feito. É a perversão sobre perversão e chegamos a esta situação que não pode ser estranha de clima de tensão”, afirmou Landim.

    Processo eleitoral

    A Guiné-Bissau realiza eleições a 10 de março e candidatam-se ao escrutínio 21 partidos políticos. Mas o processo eleitoral – e principalmente o recenseamento – tem sido bastante contestado também por alguns partidos políticos.

    Na ocasião da data anteriormente marcada para as legislativas em Bissau, 18 de novembro último, o processo de recenseamento eleitoral guineense foi fortemente criticado dentro e fora da Guiné-Bissau – tanto pelos partidos políticos, como pelas organizações da sociedade civil. Críticas chegaram também da diáspora, onde se apontaram muitas falhas ao recenseamento.

    O país africano vive uma crise política desde a demissão, pelo Presidente guineense, José Mário Vaz, do Governo liderado pelo primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, vencedor das legislativas de 2014), em agosto de 2015.

    Desde então o país já teve sete chefes de Governo. Em abril, foi alcançado consenso para a nomeação de Aristides Gomes como primeiro-ministro com o objetivo de organizar eleições legislativas a 18 de novembro, posteriormente adiadas devido a dificuldades financeiras e técnicas, que atrasaram o início do recenseamento eleitoral.

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