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    DW África: Nota de protesto contra detenção de correspondente

    Borralho Ndomba teve transmissão em direto interrompida por polícias durante a cobertura de um protesto em Luanda. Emissora internacional da Alemanha apela para que autoridades respeitem a liberdade de imprensa no país.

    Pela terceira vez em menos de 60 dias, a DW tem um jornalista detido em plena atividade profissional em Angola. A Emissora Internacional da Alemanha emitiu uma nota de protesto nesta terça-feira (11.10), na qual apela para que as autoridades tomem providências para assegurar a liberdade de imprensa no país.

    No sábado (08.10), as forças de segurança detiveram o correspondente da DW, Borralho Ndomba, em Luanda, enquanto fazia um relato em direto pelo Facebook.

    “Ndomba cobria uma marcha de estudantes que questionavam a proibição do uso de cabelos crespos em escolas quando foi abordado pela polícia. Os agentes de segurança interromperam a transmissão e o correspondente da DW foi levado para uma esquadra. O jornalista teve o equipamento de trabalho apreendido e foi forçado a deitar-se no chão da viatura durante o trajeto”, diz a nota emitida esta terça-feira (11.10).

    O jornalista da DW foi libertado sem acusações depois de ter sido mantido sob custódia policial durante quase uma hora. Mesmo depois do incidente, o repórter escreveu a sua matéria sobre a ação policial, que também impediu a marcha e deteve manifestantes.

    Episódio não é isolado
    Este é o terceiro incidente deste tipo envolvendo um jornalista da DW em Angola em menos de dois meses.

    Nas eleições de agosto, especificamente no dia do voto, um dos jornalistas da DW África estava a cobrir as eleições quando foi detido por agentes da ordem pública em Malanje. O repórter trabalhava fora da área da mesa de voto e gravava um vídeo quando foi abordado.

    O correspondente foi levado ilegalmente para uma esquadra de polícia, onde foi interrogado e libertado após cerca de uma hora. Foi acusado de desacatar a autoridade do Estado, o que é absolutamente inaudito no contexto de um jornalista credenciado pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) e pelo Centro de Imprensa Aníbal de Melo (CIAM).

    Outro incidente registou-se no dia 25 de agosto, quando o condutor de um dos correspondentes da DW em Luanda foi raptado por polícias à paisana. Os agentes puseram o motorista na bagageira de um carro e partiram com ele. Horas depois, ele foi libertado.

    “Este grau de intimidação de jornalistas em Angola é inaceitável. Ficar-lhe-íamos muito gratos se nos pudesse tranquilizar sobre a segurança dos nossos correspondentes em Angola e se tomasse todas as medidas necessárias para assegurar o seu trabalho de cobertura das eleições no seu país sem qualquer entrave”, diz o texto da reclamação oficial da DW enviado no dia 25 de agosto ao então ministro da Comunicação Social, Manuel Gomes da Conceição Homem.

    Até ao momento, nenhuma autoridade angolana manifestou-se sobre os casos de intimidação e restrição à liberdade de imprensa no país.

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    FonteDW

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