Luanda – A detecção precoce do traço falciforme permite o aconselhamento e orientação genética aos doentes e, consequentemente, pode funcionar como meio para evitar custos para o sistema de saúde, afirmou hoje, terça-feira, em Luanda, a especialista da Maternidade Lucrécia Paím Ema Rodrigues Cunha.
Ema Cunha teceu tais considerações à Angop à margem de uma palestra sob o tema” Triagem para Hemoglobinopatias Anemia Falciforme: Experiencia da Maternidade Lucrécia Paím.
Segundo a especialista, na medida em que os casais de risco têm chance de optar ou não por uma gestação, custos com pacientes falciformes, tais como tratamento de infecções e crises álgicas, profilaxia anti-infecciosa, sobrecarga de ferro, custo transfusional, podem ser evitadas.
Ema Rodrigues disse que a Anemia falciforme caracteriza-se como quadro hemolítico hereditário que evolui cronicamente causando danos físicos e emocionais às pessoas acometidas.
Adiantou que até o presente momento não se dispõe de tratamento curativo, a não ser o transplante de medula óssea, que ainda tem sido realizado de maneira experimental.
Avançou que a triagem neonatal de hemoglobinopatias, principalmente da anemia falciforme, tem sido essencial no diagnóstico precoce e a implementação de medidas preventivas e promotoras de saúde.
Frisou ainda que, em Angola, a triagem a recém-nascidos (RN) para a detecção da hemoglobinopatia S, já é um facto.
Salientou também que foi realizado um estudo descritivo em abordagem qualitativo no período de Novembro de 2011 a Fevereiro de 2013, na sala de partos e berçários da Maternidade Lucrécia Paím, onde num universo de 30.170 RN, obteve-se 23.291 (77.21 porcento ) de recém-nascidos normais .
Porém 6.379 (21.15 porcento) são portadores de células falciformes (AS), 458 (1.53 porcento) portadores de células falciforme (SS) e 32 outros tipos de anemias. (portalangop.co.ao)