O grupo internacional de contacto sobre a Somália nomeado pelas Nações Unidas realiza hoje e amanhã, em Copenhaga, capital da Dinamarca, uma reunião para analisar a situação daquele país assolado pela fome, pirataria e guerra civil, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca.
Em comunicado, o ministério afirmou que uma solução para o sofrimento humano e a estabilização da segurança da Somália somente podem ser atingidos a longo prazo por via política e que o encontro vai discutir a retirada dos rebeldes ligados aos islamistas “shebab” da capital, Mogadíscio, além da crise humanitária e a pirataria no Índico.
O grupo vai igualmente analisar a implantação de um programa de paz recentemente acordado para criar um governo estável na Somália. O encontro vai ser presidido pela representante especial das Nações Unidas para a Somália, Augustine Mahiga, e conta com a presença do primeiro-ministro somali, Abdiweli Mohamed Ali, e o coordenador humanitário das Nações Unidas, Mark Bowden.
Entretanto, o Irão enviou esta semana um carregamento com cerca de 5.000 toneladas de ajuda humanitária à Somália para amenizar as condições das populações vítimas de fome, doenças e guerra civil daquele país do Corno de África.
“O carregamento inclui legumes, arroz, farinha, leite em pó, azeite, massa, açúcar e conserva de peixe. Também foram enviadas dez toneladas de suprimentos médicos”, informou o chefe do Quarto Crescente Vermelho, Ali Alami. Um barco partiu com os donativos na terça-feira e deve levar entre 15 a 20 dias para chegar ao destino. Segundo a agência Irna, nos últimos 15 meses, o Irão enviou 15 carregamentos de ajuda humanitária para a Somália, totalizando 600 toneladas.
Guerra civil
A Somália vive uma situação de guerra civil desde 1991, quando foi deposto o presidente Mohamed Siad Barre. Desde então, o poder está dividido entre chefes tribais, milícias islâmicas e outros grupos armados, bem como pirataria.
O país sofre uma grave crise humanitária e em 20 de Julho deste ano, as Nações Unidas declararam crise de fome em duas regiões no sul. Dois meses depois, outras quatro regiões também foram declaradas em estado crítico.
Fonte: Jornal de Angola
Fotografia: AFP