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    Caso BES divide a oposição e partidos do governo no parlamento português

    As irregularidades financeiras detectadas no grupo a que pertence o Banco Espírito Santo (BES) foram debatidas hoje no parlamento português pelos partidos da oposição de esquerda e do governo de direita.

    O líder do Partido Socialista, António José Seguro, numa sessão parlamentar. (EFE/Arquivo)
    O líder do Partido Socialista, António José Seguro, numa sessão parlamentar. (EFE/Arquivo)

    O tom das acusações políticas aumentou na câmara perante a instabilidade financeira criada em Portugal após a suspensão da cotação do BES e do seu principal acionista, o Espírito Santo Financial Grupo (ESFG), na Bolsa de Lisboa.

    Os partidos mais à esquerda, o Bloco de Esquerda (BE) e o Partido Comunista Português (PCP), acusaram o governo luso e o Banco de Portugal (BdP) de falta de supervisão sobre a entidade privada e de pôr em perigo o sistema financeiro português.

    Por sua parte, o principal partido da oposição, o Partido Socialista (PS), pediu esclarecimentos ao Executivo, enquanto o governante Partido Social Democrata (PSD, centro-direita) defendeu maior “serenidade” no debate.

    O deputado do BE, Pedro Filipe Soares, denunciou a “proximidade promíscua (do grupo financeiro) ao poder político” e a inoperância do Banco de Portugal (BdP).

    “Não é normal que se acumulem buracos financeiros. É uma atividade que pode destruir o sistema financeiro português”, alertou o representante do quarto grupo parlamentar português.

    O porta-voz dos socialistas, João Galamba, exigiu o comparecimento no parlamento do presidente do BdP e da ministra das Finanças, Maria Luis Albuquerque, para prestarem esclarecimentos.

    Ao mesmo tempo, Galamba considerou que “há diferenças” entre o BES e o Grupo Espírito Santo, já que a exposição do banco ao grupo é “diminuta”, pelo que pediu aos partidos “moderação” e “não alimentar” a “espiral” de instabilidade financeira.

    Por sua parte, o porta-voz do Partido Social Democrata (PSD, centro-direita), Duarte Pacheco, apelou à calma no debate político e instou aos partidos a não causarem “confusão” na opinião pública com as suas acusações.

    Segundo o parlamentar, o PSD rejeita a “promiscuidade” entre o poder político e o financeiro, e os membros do governo chamados à câmara irão intervir na próxima semana.

    Por sua parte, o deputado comunista Paulo Sá (PCP) comparou as irregularidades do grupo do BES com o caso do Banco Português de Negócios (BPN), que foi nacionalizado em 2008 por risco de quebra.

    Sá acusou o governo de Pedro Passos Coelho de desistir das suas funções ao deixar que a situação piore e exigiu uma intervenção direta sobre o grupo para que os contribuintes “não paguem no futuro os preconceitos do banco”.

    O Grupo Espírito Santo (GES) enfrenta um momento delicado pelas irregularidades financeiras detectadas numa das suas filiais e a suposta exposição da sua dívida sobre outras partes financeiras do grupo, como o Espírito Santo Internacional Financial Group (ESFG) e o BES, o maior banco em ativos de Portugal.

    A agência de classificação de risco Moody’s desceu nesta quarta-feira em três degraus a nota do ESFG, até a categoria “Caa2” que implica uma alta probabilidade de falta de pagamento. (EFE)

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