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    Bangladesh. 1500 trabalhadores despedidos para acabar protestos

    Dezenas de milhares de trabalhadores de fábricas no Bangladesh de marcas como a Zara e H&M protestavam contra os baixos salários – uns acabaram presos, outros 1500 foram despedidos.

    Dezenas de milhares de trabalhadores das fábricas da cidade de Ashulia, no Bangladesh, as mesmas que produzem para marcas ocidentais como Zara e H&M, saíram à rua para protestarem contra a falta de condições de trabalho — mas 1500 destes trabalhadores acabaram despedidos.

    As fábricas do Bangladesh há muito que são conhecidas pelos piores motivos: más condições de trabalho, especialmente falta de segurança, longas jornadas de trabalho e salários muito baixos. Estas fábricas podem produzir para marcas ocidentais, mas as suas condições estão longe disso.

    Na semana passada, esta cidade, perto da capital do Bangladesh, onde está concentrada uma parte da indústria, foi alvo de protestos, com mais de 50 fábricas a pararem, protestos estes que começaram por ser contra o despedimento de 121 trabalhadores, mas rapidamente evoluíram para a exigência de aumento do salário mínimo dos actuais cerca de 63 euros (5300 takas) mensais para 190 euros (15900 takas).

    No final, o resultado foi o contrário. Não só não conseguiram o aumento exigido, como ainda sofreram represálias da polícia e dos empregadores. Segundo o jornal britânico The Guardian, os protestos foram considerados ilegais pela polícia, que deteve três dezenas de trabalhadores, entre eles sete líderes sindicais.

    No final, as fábricas decidiram despedir mais cerca de 1500 trabalhadores e voltaram a funcionar quase a 100%, disse a polícia local, citada pela agência noticiosa France Presse.

    Os sindicatos dizem que foram muitos mais os trabalhadores despedidos, cerca de 3500, e acusam ainda a polícia de usar uma lei obscura dos tempos da guerra, que trata os trabalhadores como uma ameaça à segurança do país, para acabar com os protestos.

    O salário mínimo no Bangladesh foi aumentado em 2013 para os trabalhadores do sector têxtil, na sequência do colapso de um complexo que provocou a morte a mais de 1100 pessoas, mas continua a ser um dos mais baixos do mundo. (Obsewrvador)

    Por Nuno André Martins

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